Lá vai mais FIGURA DE LINGUAGEM...(4 começadas por "H" e "I").
Hoje, as figuras de linguagem iniciadas por
"H" e "I". São elas :
- Hipérbole
_ Hipálage
- Hipérbato
- Ironia.
H I P É R B O L E
É o emprego de EXAGERO em frases proferi-
das.
Veja este exemplo :
"Ao reencontrá-la, depois de tantos anos de afas-
tamento, não me contive : dei-lhe MILHÕES de
abraços apertados."
(Quem, por mais que goste de alguém, consegue
dar MILHÕES de abraços?)
Outro exemplo :
"MORRI de rir não pela graça da piada contada,
mas pela cara-de-pau do cara em querer contar
piada sem saber fazê-lo bem".
(Se a sem-graceza da piada me MATOU de rir ,
será que VOLTEI DA OUTRA VIDA só para narrar
o episódio da piada sem graça?)
H I P Á L A G E
Vejamos se, pelo exemplo a seguir, fica mais fá-
cil a definição :
Exemplo :
Li um IRRITADO livro.
(Onde está a hipálage ?
No emprego da palavra "irritado" que, à pri-
meira vista, parece meio sem sentido, porque
a lógica não permite que haja um LIVRO COM
IRRITAÇÃO.
Explicação :
O termo "irritado" (que nesta frase caracteri-
za a hipálage) é o ADJETIVO (OU ADVÉRBIO,
já que pode ser entendido como "modo" e
neste caso seria advérbio) QUE INDICA O ES-
TADO DE ESPÍRITO DE ALGUÉM (do sexo mas-
culino) QUE ESTÁ LENDO DETERMINADO LI-
VRO.
Esta frase - pela ordem lógica - seria assim:
"Irritado, li um livro" ou
"Li, irritado, um livro"
H I P É R B A T O
É, basicamente, o mesmo que ANÁSTROFE
-sobre a qual já falamos-, já que tanto uma (anástrofe) quanto a outra
(hipérbato) CONSISTE EM SE EMPREGAR INVERSÃO NA ORDEM NORMAL DA FRASE DE ALGUNS TERMOS.
A diferença, porém, entre ambas é que,
NA ANÁSTROFE, A INVERSÃO É PEQUENA (Ex.: Ontem, eu fui à missa;
ao invés de eu fui à missa ontem), ao passo que, NO HIPÉRBATO, A
INVERSÃO DOS TERMOS DA FRASE É MUITO GRANDE, às vezes dificul-
tando até a compreensão do que está escrito.
Um dos exemplos clássicos de hipérbato
está contido NA PRIMEIRA ESTROFE DO HINO NACIONAL BRASILEIRO.
Veja :
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
de um povo heróico o brado retumbante
e o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
brilhou no céu da pátria nesse instante"...
Assim como se apresenta na letra, você é
capaz de saber QUAL É O SUJEITO REFERENTE À ORAÇÃO CONTIDA
NOS DOIS PRIMEIROS VERSOS desta estrofe? Seria "Ipiranga"? Seria
"margens plácidas"? ou seria "um povo heróico" ?
Toda essa dificuldade de identificação do
sujeito ocorre POR CAUSA DA PROFUNDA INVERSÃO DOS TERMOS QUE
COMPÕEM A ORAÇÃO.
Veja, a seguir, a ORDEM NORMAL DOS TERMOS DESTA ESTROFE DO NOSSO HINO :
"As margens plácidas do Ipiranga ouviram
o brado retumbante de um povo heróico
e o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
brilhou no céu da pátria, nesse instante"...
Feito este ajuste (colocação dos termos
nos devidos lugares), observe como já fica fácil saber qual é o sujeito
da oração contida nos dois primeiros versos ... O SUJEITO, CLARO, É
"as margens plácidas do Ipiranga", porque responde a pergunta que
caracteriza o sujeito : Quem (ou o quê) ouviu o brado retumbante de
um povo heróico? A resposta é o sujeito destes dois versos.
I R O N I A
É a figura de linguagem que consiste em DIZER E-
XATAMENTE O CONTRÁRIO DAQUILO QUE SE DESEJAVA DIZER.
Exemplo :
Com os seus quase 110 quilos, Marina é uma tenta-
ção para os homens...
(sem comentários).
Chega por hoje, "né?