Tanca: um poema japonês
O tanca, poema japonês, que data do séc. VII, é anterior ao haicai.
É composto por cinco versos distribuídos em duas estrofes: um terceto e um dístico. O primeiro e o terceiro versos do terceto, com cinco sílabas métricas, e o segundo, com sete. Os dois versos do dístico, com sete sílabas métricas cada um. O poema tem, ao todo, 31 sílabas poéticas.
É um poema subjetivo, cujo assunto são sentimentos e emoções, com o uso irrestrito de figuras de linguagem, o que, às vezes, torna-o incompreensível.
O tanca, como o haicai, fala do presente e dispensa rima e título.
Não se devem repetir no dístico, palavras empregadas no terceto.
A separação das estrofes é singular: não se usa linha em branco (espaço) entre as duas estrofes, escreve-se o dístico com margem maior que o terceto.
Um poeta brasileiro, que é referência, sempre que se fala de tancas e haicais é Paulo Lemisnki.
Segundo o Dicionário Houaiss, tanca é palavra masculina.
Referência:
A Tanca. Caqui. Revista Brasileira de Haicai. Disponível em: <http://www.kakinet.com/caqui/tanca.shtml> Acesso em: 22 mar. 2008.
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Tanca 1
Pandorga no céu,
leva o sonho da criança,
requebrando ao léu.
Rostinho ainda inocente,
crê na vida veemente.
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Tanca 2
Dia especial.
Nossas almas se descobrem
escravas do amor.
Fortes grilhões nos enlaçam.
Não quero mais me soltar.
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Tanca 3
Do peito esta dor
por que o vento não arrasta?
Insiste o vazio.
Esta negra solidão
que massacra o coração.
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Autoria dos tancas: Mardilê Fabre