PLEONASMO (vício de linguagem) x PLEONASMO (figura de linguagem) - DIFERENÇA.
Quando, num de nossos encontros anterio-
res, aqui, tratamos dos VÍCIOS DE LINGUAGEM (erros ou "desvios da
norma culta, que, vez por outra, são cometidos por motivos vários),
relacionamos o PLEONASMO (que, quando constitui erro, recebe o nome de PLEONASMO V I C I O S O).
Alguns gramáticos chegam a denominar esse
"pleonasmo vicioso" de REDUNDÂNCIA, visto que ele se caracteriza pe-
lo emprego de complemento desnecessário.
Ex.: Na dúvida sobre o que poderia estar a-
contecendo lá adiante, decidi logo dar uma marcha-à-ré "para trás".
("para trás", nesta frase, é o comple-
mento desnecessário ou redundante
e, por isso, dizemos que esta frase
contém o PLEONASMO VICIOSO.)
Já o PLEONASMO como "figura de linguagem"
DEIXA DE SER UM ERRO A PARTIR DO MOMENTO EM QUE QUEM O
EMPREGA TEM POR OBJETIVO TORNAR O QUE PRETENDE ESCREVER OU FALAR MAIS EXPRESSIVO, ou com intenção de destacar algo.
Observe neste exemplo :
As mulheres bonitas eu as considero um perigo constante.
Nesta frase (ou oração, já que frase que emprega verbo é oração) há um desejo explícito de se enfatizar a expressão "as mulheres bonitas" (e a prova cabal disso é o seu
emprego logo no início da oração). E, para reforçar essa intenção de ênfase ou destaque, o autor emprega logo adiante o pronome pessoal oblíquo átono ("as" - que substitui "elas" ou "as mulheres bonitas")
Pelo fato de se notar QUE O AUTOR TEM
CONSCIÊNCIA DESSA REDUNDÂNCIA, "aquilo que, a princípio, seria um
erro gramatical, passou a ser um recurso estilístico que tornou a
oração muito mais elegante e expressiva.
É isso aí...