O EPITALÂMIO (EPITHALÁMION)
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Estudos Literários
Cântico nupcial de natureza religiosa destinado a reivindicar para os noivos a bênção (as boas graças) dos deuses (Vênus, Cupido, as Graças, etc.). O epitalâmio era também chamado pelos gregos de Himeneu, em evocação a Himeneu, deus grego do casamento.
Na Grécia antiga, era cantado por coros de moços e moças - ao som de flautas e liras - durante o cortejo e na frente da casa dos noivos. Havia dois tipos: o coemértico que se cantava por ocasião do casamento, e o egértico que era cantado na manhã que se seguia ao casamento, para saudar o despertar do casal. Safo e Teócrito distinguiram-se entre os seus cultores gregos.
O epitalâmio também foi cultivado na antiguidade romana, da mesma forma que os gregos, mas costumavam a fazê-lo preceder de cânticos populares finalizando por estribilhos festivos.
Segundo Massaud Moisés (1977), na Bíblia, o "Cântico dos Cânticos", série de poemas atribuídos atribuído ao Rei Salomão, pode ser considerado como poesia epitalâmica.
Em Portugal, o gênero foi cultivado por Sá de Miranda (Epitalâmio pastoril), Domingos Caldas Barbosa e Fernando Pessoa com O Epithalamium (1921).
O epitalâmio mais famoso em língua portuguesa foi composto para a filha do marquês de Pombal, por Basílio da Gama, e valeu-lhe escapar ao degredo em Angola e ainda obter favores do ministro. Cruz e Silva e Cláudio Manoel da Costa, foram os outros poetas brasileiros que o cultivaram.
Na literatura moderna alguns poetas dedicaram-se a escrever epitalâmios, imitados dos modelos clássicos: na França, Ronsard e Malherbe; na Itália, Marini e Metastasio; e na Inglaterra, Crashaw, Donne, Sidney, Jonson e Spencer, que escreveu um epitalâmio para seu próprio casamento. ®Sérgio.
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Ajudou neste estudo: Massaud Moisés - A Criação Poética; Cultrix, S. Paulo, 1977.
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