ANÁLISE SINTÁTICA
A Análise sintática estuda a estrutura do período, divide e classifica suas orações, observa a função da palavra na oração ou no período.
Período é a frase expressa através de uma ou várias orações terminadas por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação ou reticências. O período pode ser simples (quando possui uma só oração) ou composto (quando possui mais de uma oração).
Frase é todo e qualquer enunciado de sentido completo, pode ser formada por uma simples palavra, uma oração ou um período. A frase pode ou não ter verbo.
Oração é o conjunto de palavras organizadas em torno de um verbo. Para que haja oração é necessário um verbo e cada verbo forma uma oração. Assim haverá tantas orações quantos forem os verbos existentes no período.
Os termos da oração são formados por palavras que se relacionam entre si e cada um desses termos desempenha uma função. O termo pode ser formado por uma ou várias palavras.
Exemplo:
Luana desfila (o termo sujeito é Luana)
A bela Luana desfila (o termo sujeito é A bela Luana)
Obs. Veja que o termo “A bela Luana” é formado por 3 palavras. Quando o termo é formado por um conjunto de palavras, há sempre uma que se destaca – é a mais importante –, a ela damos o nome de núcleo. Destarte, no termo sujeito “A bela Luana” o núcleo é Luana.
TERMOS DA ORAÇÃO
Os termos da oração são classificados de acordo com a importância que exercem dentro da oração. São:
1. Termos essenciais da oração: sujeito e predicado
2. Termos integrantes: complemento verbal, complemento nominal
3. Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto (explicativo, enumerativo, especificativo, distributivo, oracional, recapitulativo ou resumidor, comparativo), vocativo.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
(SUJEITO e PREDICADO)
SUJEITO
O sujeito é o termo da oração a respeito do qual se enuncia algo.
Núcleo do sujeito: é a palavra (substantivo ou pronome) que realmente indica a função sintática que está exercendo.
Exemplo: O computador travou novamente.
Sujeito: O computador
Núcleo: computador
TIPOS DE SUJEITO
1. DETERMINADO
O sujeito é determinado quando pode ser identificado na oração, quer se apresente de forma explícita, quer implícita, é facilmente apontado na oração, e subdivide-se em: simples e composto.
Simples – quando o sujeito possui um único núcleo.
Exemplo: o menino quebrou o brinquedo.
núcleo
Composto – quando o sujeito apresenta dois ou mais núcleos.
Exemplo: Lula e Dirceu cambaleavam pela rua.
núcleo núcleo
Implícito – quando o sujeito não está expresso claramente e só é possível identificá-lo através da desinência verbal.
Exemplo: Viajaremos para São Paulo.
Sujeito: (nós)
2. INDETERMINADO
Quando o sujeito não está expresso na oração, ou por não se desejar que ele seja conhecido, ou pela impossibilidade de sua explicitação, ou seja, não é possível determiná-lo na oração.
O sujeito indeterminado apresenta-se de duas maneiras:
1. Verbo na 3ª pessoa do plural, sem a existência de outro elemento que exija essa flexão do verbo. Exemplo: Mandaram o pintor concluir o serviço.
2.Verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se. Exemplo: Precisa-se de costureiras.
Observação:
O sujeito é indeterminado com a partícula se funcionando como índice de indeterminação. Veja as características: o verbo sempre na 3ª pessoa do singular; não há palavra que funcione como sujeito; geralmente aparece preposição depois do pronome se; não pode ser transformada em voz passiva analítica.
Exemplo: Falou-se de você.
O sujeito não é indeterminado com a partícula se funcionando como partícula apassivadora. Veja as características: o verbo pode estar na 3ª pessoa do singular ou plural; possui sujeito expresso na oração, nunca oculto; jamais aparece preposição depois o pronome se; pode ser transformado em voz passiva analítica.
Exemplo: Consertam-se botões.
3. ORAÇÕES SEM SUJEITO
São orações constituídas apenas pelo predicado, pois a informação fornecida não se refere a nenhum sujeito. As principais são:
1. Verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, trovejar, nevar, anoitecer, amanhecer, etc. Exemplo: Choveu muito hoje pela amanhã / Nevou bastante no inverno.
2. O verbo haver no sentido de existir ou indicação de tempo transcorrido. Exemplo: Houve sérios problemas na rede elétrica / Há vários anos não viajamos.
3.O verbo fazer, ser e estar indicando tempo transcorrido ou tempo que indique fenômeno da natureza. Exemplo: Faz duas semanas que não chove / Está muito quente hoje / Era noite quando ele chegou.
ALGUMAS OBSERVAÇÕES:
1. O verbo ser, impessoal, concorda com o predicativo, podendo aparecer na 3ª pessoa do plural. Exemplo: São oito horas da manhã / É uma hora da tarde.
2. Os verbos que indicam fenômenos da natureza, quando usados em sentido conotativo (figurado) deixam de ser impessoais. Exemplo: Amanheci disposto / choveram reclamações sobre as operadoras de telefonia.
3. Quando um pronome indefinido representa o sujeito, ele deve ser classificado como determinado. Exemplo: Alguém pegou a minha borracha / Ninguém ligou hoje.
PREDICADO
O predicado é aquilo que se comenta sobre o sujeito. Para estudá-lo é necessário conhecer o verbo que forma o predicado. Quanto à predicação os verbos podem ser classificados como: intransitivos, transitivos e de ligação.
VERBO INTRANSITIVO
São verbos que não exigem complemento, pois têm sentido completos. Exemplo: A menina caiu / O computador quebrou.
VERBO TRANSITIVO:
São verbos que exigem complemento e se dividem em: transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto.
1. Transitivo direto: não exigem preposição, ligando-se diretamente ao seu complemento, chamado objeto direto. Exemplo: As empresas tiveram prejuízos.
2. Transitivo Indireto: exigem preposição, ligando-se indiretamente ao seu complemento, chamado de objeto indireto. Exemplo: Gustavo gostava de chocolate.
3. Transitivo direto e indireto: exigem os dois complemento – objeto direto e objeto indireto – ao mesmo tempo. Exemplo: Alan pediu um carro ao pai.
VERBO DE LIGAÇÃO
São verbos que expressam estado ou mudança de estado e ligam o sujeito ao predicativo. Exemplo: Os alunos permaneceram na sala.
O verbo de ligação pode expressar:
1. Estado permanente: expressa o que é habitual, o que não se modifica. Verbos ser e viver. Exemplo: Anita é bonita.
2. Estado transitório: expressa o que é passageiro: Verbos estar, andar, achar-se, encontrar-se. Exemplo: Antônio anda preocupado / A criança está doente.
3. Mudança de estado: revela transformação. Verbos ficar, tornar-se, acabar, cair, meter-se. Exemplo: A pintura ficou bonita.
4. Continuação de estado. Verbos continuar, permanecer. Exemplo: O computador permaneceu desligado / José continua febril.
5. Estado aparente. Verbo parecer. Exemplo: A sobremesa parece saborosa.
TIPOS DE PREDICADO
Há três tipos de predicado: predicado nominal, predicado verbal e predicado verbo-nominal.
1. Predicado Nominal
Expressa o estado do sujeito. O verbo é de ligação.
Exemplos: O dia continua quente / Todos permaneciam apreensivos.
Observação: O núcleo do predicado nominal é chamado predicativo do sujeito, pois atribui qualidade ou condição.
2. Predicado Verbal
Expressa a ação praticada ou recebida pelo sujeito.
Exemplo: Os professores receberam o prêmio.
Observação: o núcleo do predicado verbal é o verbo, pois sua mensagem principal é a ação praticada ou recebida pelo sujeito.
Veja: Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho.
3. Predicado Verbo-Nominal
Informa a ação e o estado do sujeito.
Exemplos: Nós chegamos cansados / Cândida retornou feliz da viagem.
Observação: o predicado verbo-nominal é constituído de dois núcleos – um verbo e um nome – porque fornece duas informações: ação e estado.
Veja: O comprador saiu da loja estressado / A criança dormia tranqüila.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
São termos que servem para complementar o sentido de certos verbos ou nomes, pois seu significado só se completa com a presença de tais termos.
Os termos integrantes da oração são:
1. Complemento verbal
2. Complemento Nominal
COMPLEMENTO VERBAL
_ Objeto direto
_ Objeto indireto
Objeto Direto
Termo não regido por preposição. Completa o sentido do verbo transitivo direto.
Exemplos: Eles esperavam o ônibus / Rita vendia doce.
PS: Um método bem prático para determinar o objeto direto é perguntar quem? ou o quê? depois do verbo. Ex: Ela vendia (o quê) doce.
Objeto Direto preposicionado
Mesmo não sendo regido de preposição, há casos em que o objeto direto necessita de uma preposição:
1. Quando é formado por pronomes oblíquos tônicos. Exemplo: Assim, prejudicas a ti.
2. Quando é formado por substantivos próprios ou referentes a pessoas. Exemplo: Amai a Deus sobre todas as coisas.
3. Quando é formado por pronomes demonstrativos, indefinidos e de tratamento. Exemplo: A foto sensibilizou a todos.
4. Quando é formado pelo pronome relativo quem. Exemplo: Queremos conhecer o professor a quem admiras tanto.
5. Quando o objeto direto é a palavra ambos. Exemplo: A chuva molhou a ambos.
6. Para evitar ambigüidade: Exemplo: Convenceu ao pai o filho mais velho.
7. Quando se quer indicar idéia de parte, porção. Exemplo: Beberemos deste vinho.
Objeto Direto Pleonástico
Quando se quer dar ênfase à idéia, o objeto direto aparece repetido na oração.
Exemplo: Este livro, eu o comprei.
Objeto Indireto
Completa o sentido do verbo transitivo indireto e é regido por preposição.
Exemplo: Aline gosta de frutas. / Não confio em políticos.
PS: Para reconhecer o objeto indireto, basta a pergunta quem ou quê depois do verbo + preposição adequada.
Exemplo: Aline gosta (de quê) de frutas.
Objeto Indireto Pleonástico
É quando o objeto indireto aparece duplamente na oração para se dar ênfase a idéia.
Exemplo: A mim ensinaram-me muito bem.
COMPLEMENTO NOMINAL
Complemento Nominal é o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios, ligando a esses nomes por meios de preposição.
Exemplo: Tenho a certeza de sua culpa. / A árvore está cheia de frutos.
Para determinar o complemento nominal basta seguir o seguinte esquema:
Nome + preposição + quem ou quê?
Exemplo: Ele é perito em computação.
Diferença entre o Complemento Nominal e Objeto Indireto
Enquanto o complemento nominal completa só sentido dos nomes (substantivo, adjetivo e advérbio), o objeto indireto completa o sentido de um verbo transitivo indireto.
Exemplo:
Lembrei-me de minha terra natal. (objeto indireto)
Ela manteve seu gosto pelo luxo. (complemento nominal)
AGENTE DA PASSIVA
Agente da Passiva Ocorre em orações cujo verbo se apresenta na voz passiva a fim de indicar o elemento que executa a ação verbal.
Exemplo: As terras foram invadidas pelos sem-terra. / A cidade estava cercada de belezas naturais.
OBSERVAÇÃO: O agente da passiva, o objeto indireto e o complemento nominal são regidos por preposição, muitas vezes há dúvidas na diferenciação dos três. Quando isso ocorrer, basta observar o sujeito da oração. Para ser agente da passiva o sujeito precisa ser paciente, ou seja, sofre a ação verbal.
Exemplo:
A estatueta havia sido levada pelos invasores. (agente da passiva)
Sentia-se livre de qualquer responsabilidade. (complemento nominal)
Vamos precisar de sua compreensão. (objeto indireto)
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Apesar de prescindíveis são necessários para o entendimento do enunciado porque informam alguma característica ou circunstância dos substantivos, pronomes ou verbos que os acompanham. São considerados termos acessórios da oração:
• adjunto adnominal;
• adjunto adverbial;
• aposto
ADJUNTO ADNOMINAL
São palavras que acompanham o substantivo para caracterizá-lo, determiná-lo ou individualizá-lo. O adjunto adnominal pode ser representado por: adjetivos; artigos; numerais; pronomes adjetivos; locuções adjetivas.
Adjetivo:
As casas ANTIGAS eram mais trabalhadas.
Adj. Adnominal
Adjetivo
Artigo:
AS estrelas iluminavam A noite.
Adj. Adnominal Adj. adnominal
Artigo artigo
Numeral:
TRÊS árvores caíram.
Adj. Adnominal
Numeral
Pronome adjetivo
AQUELES computadores estão quebrados.
Adj. Adnominal
Pronome adjetivo
Locução adjetiva:
O suco DE LARANJA estava gostoso.
Adj. Adnominal
Locução adjetiva
OBSERVAÇÃO:
Funcionam também como adjuntos adnominais os pronomes oblíquos quando assumem o valor de pronomes possessivos.
Exemplo:
Feriram-me as pernas. (Feriram minhas pernas)
DIFERENÇA ENTRE ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL
Adjuntos Adnominais são palavras que acompanham o núcleo do sujeito ou do predicativo do sujeito dando-lhes características, delimitando-os. São termos acessórios da oração, do ponto de vista da análise sintática. Ex. O amor de mãe faz bem a qualquer um.
Complemento Nominal é o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios, ligando a esses nomes por meios de preposição. Esses nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) se comportam de maneira similar aos verbos transitivos, isto é, exigem um complemento. O que é denominado de complemento nominal.
Exemplo: Santos Dumont foi o responsável pela invenção do avião.
(CN)
ADJUNTO ADVERBIAL
Termo que se refere ao verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio, para indicar uma circunstância.
Circunstância de tempo:
Só obtivemos os gabaritos do vestibular NO DIA SEGUINTE.
Adj. Adverbial
Circunstância de lugar:
O trânsito está engarrafado NA AVENIDA DE SÃO LUÍS.
Adj. Adverbial
Circunstância de modo:
Os turistas foram recebidos ALEGREMENTE.
Adj. Adverbial
Circunstância de intensidade:
Comemos POUCO no almoço.
Adj. Adverbial
Circunstância de causa:
Estávamos tremendo DE FRIO.
Adj. Adverbial
Circunstância de companhia:
Vou sair COM VOCÊ.
Adj. Adverbial
Circunstância de instrumento:
COM A VASSOURA retirou a sujeira da sala.
Adj. Adverbial
Circunstância de dúvida:
POSSIVELMENTE chegaremos atrasados.
Adj. Adverbial
Circunstância de finalidade:
Estudo PARA AUMENTAR MEUS CONHECIMENTOS.
Adj. Adverbial
Circunstância de meio:
Prefiro viajar DE CARRO.
Adj. Adverbial
Circunstância de assunto:
Conversamos SOBRE ECONOMIA.
Adj. Adverbial
Circunstância de negação:
NÃO deixarei desarrumarem a casa.
Adj. Adverbial
Circunstância de afirmação:
COM CERTEZA iremos ao parque.
Adj. Adverbial.
APOSTO
É o termo que tem por objetivo explicar, esclarecer, resumir ou comentar algo sobre outro termo da oração.
Recife, A VENEZA BRASILEIRA, sofre durante o período chuvoso.
Aposto
AMD, FABRICANTE DE PROCESSADORES, vem ganhando mercado.
Aposto
OBSERVAÇÕES:
O aposto pode aparecer anteposto ao termo a que se refere.
Exemplo:
VENEZA BRASILEIRA, Recife está sofrendo com o começo do inverno.
Aposto
O aposto pode aparecer precedido de expressões explicativas.
Exemplo:
Algumas matérias, a saber, MATEMÁTICA, FÍSICA e QUÍMICA, são as que apresentam maiores dificuldades de aprovação no vestibular.
VOCATIVO – TERMO INDEPENDENTE
É considerado um termo independente da oração porque não faz parte de sua estrutura. É usado para expressar o sentimento do falante; sentimento esse usado para invocar, chamar, interpelar ou apelar a quem o falante se dirige.
Exemplo:
MENINO, venha cá!
Vocativo
MEUS FILHOS, tenham calma.
Vocativo
DIFERENÇA ENTRE VOCATIVO E APOSTO
O vocativo não mantém relação sintática com nenhum termo da oração, enquanto o aposto mantém relação sintática com um ou vários termos da oração.
MENINOS, voltem aqui.
Vocativo
São Paulo, CENTRO FINANCEIRO, sofre com as altas taxas de desemprego.
Aposto
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