UM PARCEIRO SINGULAR
Há tanto tempo fora dos bancos escolares, às vezes me encanto com algumas coisas que vejo na internet. Hoje estive lendo sobre Figuras de Linguagem, assunto mais que importante para nós, que nos intrometemos no campo da poesia, e que vez por outra, mesmo sem perceber, usamos estas figuras em nossos textos. Desculpem-me o oportunismo, mas achei que seria interessante exemplificar. Peguei este soneto aleatoriamente e vejam o que encontrei:
UM PARCEIRO SINGULAR
Sozinho ninguém escreve um soneto.
Depois do primeiro verso escrito,
Se o poema gostou do que foi dito,
Nem espera terminar o quarteto.
Sugere rimas, não fica quieto,
Invade o espaço que era restrito,
E me atiça enquanto medito,
Tudo que quer é forçar um dueto.
Já não sei mais se a palavra que eu digo
Vem de minha cabeça ou do “amigo”
Que a si mesmo, perfeito quer criar.
E o poeta reclamar não se atreve,
Por não mais ser dono do que escreve,
Com este parceiro tão singular.
Pelo tema, temos uma METALINGUAGEM, no primeiro verso do último terceto temos um HIPERBATO, e, em todo o poema, as ações do soneto caracterizam uma PROSOPOPEIA. Que me corrijam os professores se eu estiver errado. Agora fiquei curioso e vou reler os versos que escrevi, de olho nestas ocorrências.