Olavo Bilac

“Oras (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso! “E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las muitas vezes desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto

A via lactéa, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão comigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

Olavo Bilac
Enviado por Jucilene Nóbrega Lima em 05/08/2013
Reeditado em 05/08/2013
Código do texto: T4420388
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