Método de Ibernise Para Fazer Poemas - Relatório de Avaliação
I Festival de Poesia Didática de Barcelos
Avaliação do Método de Ibernise para Fazer Poemas - Relatório do Método Aplicado nas Oficinas Itinerantes de Poesia Didática.
O ‘Método de Ibernise para Fazer Poemas’ foi testado nas escolas e agora durante nas oficinas itinerantes do I Festival de Poesia Didática de Barcelos, apresenta nova avaliação.
Os trabalhos com poesia, nas escolas partiram de uma quadra chegando a poemas em prosa e verso. Não obstante, esta simplicidade de abordagem poética, foram obtidas avaliações positivas para as 2ª, 3ª e 4ª séries do 1º Ciclo e 6ª, 7ª e 8ª do 2º Ciclo. Isto foi delineado em oficinas pedagógicas de 1993 a 2000.
Para o Festival fez-se necessário as oficinas em caráter geral e igualitário a pessoas da poesia e simpatizantes, ou seja poesia para toda a gente. Assim a composição dos poemas ocorreria em oficinas itinerantes, sendo 12 públicas em um total de 14, e todas em parceria (duetos ou mais parceiros).Também seria aumentado o grau de dificuldade passando das quadras para os sonetos, sem considerar a necessidade dos pré-requisitos: Glosa e Rondel. Os quais foram testados em oficinas virtuais, on-line a partir de 2007.
Uma vez definido que seriam trabalhados sonetos, no I Festival de Poesia Didática de Barcelos, foi aumentado o grau de dificuldade, elegendo a forma clássica de poesia ‘Coroa de 15 Sonetos’. Em consequência, seria também definido o esquema de rimas, usual de Camões (ABBA,ABBA,CDE,CDE) que é também de Machado de Assis em seu livro ‘Dom Casmurro’, usado pela personagem Bentinho no soneto inacabado, que seria para Capitu, mas ele dedicou a todos os poetas, e situou as rimas em ABBA,ABBA,CDE,CDE.
Quais os resultados obtidos, na aplicação do método, durante o processo de elaboração da Coroa de 15 Sonetos ‘O Galo de Barcelos’ neste festival?
Elegemos os níveis de apreensão do conhecimento formal, mas partimos das noções ao nível concreto. Para isto foram elaboradas atividades e materiais didáticos para este nível de pensamento e colocado à disposição do público, em exposições em locais públicos tais como:
-Biblioteca Municipal 20ABR2012 à 21MAI2012;
-Casa da Juventude 22MAI2012 a 29JUN2012.
Considerando o pensamento formal delimitamos os passos a seguir como sendo: Relacão,comparação,identificação,nomeação,fixação,generalização e criação.
Naturalmente não há que esperar que adultos se neguem a seguir estes passos, mesmo porque já entram nas oficinas itinerantes sabendo que estarão submetidos a uma poesia em caráter experimental, daí as oficinas.
Vale salientar que sendo experimental, todo resultado quanto a qualidade, é bem vindo, posto que o registro é processo, e sendo processo, ganhará qualidade nas ações graduais e contínuas de aperfeiçoamento do método, e de cada pessoa que posteriormente se dedicar a poesia.
Relato da Condução
Apresentação da poesia didática e dos objetivos a partir da leitura do mote da coroa e apresentação dos sonetos inacabados. Situação da coroa, objeto da composição, no padrão gráfico.
Apresentação do Material didático:
Kit das parcerias:caderno das parcerias com os sonetos inacabados e os motes de cada soneto, painel situando o soneto na coroa, atlas da coroa com todos os passos da movimentação do padrão gráfico, lápis, borracha, modelo de uma coroa de soneto (Lusofonia é Meta Alegoria, do Livro de Ibernise Maria ‘Sonetos’.2009, Ed.BlogTok/Barcelos-Portugal.123p.
Cartões auto adesivos amarelos em 3 tamanhos;
Computador on-line.
1.Relação ( Primeiro Passo)
-Todos fazem leitura em voz alta e silenciosa do mote e do soneto inacabado;
-É informado que o soneto obrigatoriamente inicia com o primeiro definido e o último verso, este é o curso da narrativa dos 12 versos que serão compostos para completar o soneto (o Soneto tem 14 versos, sendo duas quadras e dois tercetos);
-Seleciona-se com grifos partes aleatórias do mote entre 2 e 8 palavras aproximadamente, e também palavras pertinentes ao tema do mote ou sugeridas;
-Relaciona-se cada fragmento do texto grifado, escrevendo em letra de forma em um cartão e cola-se ao centro da mesa, à vista de todos; Todos copiam de forma alternada, os fragmentos do mote do soneto inacabado, a seguir comparam cada fragmento com o primeiro verso e aí tem início o segundo para na construção do conhecimento a comparação;
2.Comparação ( Segundo Passo)
-Compara-se cada trecho com o primeiro verso do soneto, verificando a compatibilidade da continuidade da narrativa até encontrar uma parte do mote que estabeleça um elo de continuidade;
-Ao comparar os diversos fragmentos grifados nos cartões ao centro da mesa torna-se possível eleger a sequência da narrativa do verso1. Uma vez encontrada a parte do texto grifado, que é compatível com a continuidade da narrativa do verso 1 escreve-se parte do verso 2, e tem início o terceiro passo na construção do conhecimento que é a identificação, os compositores identificam o que seria o verso 2 do soneto inacabado.
3.Identificação ( Terceiro Passo)
Ao identificar e copiar os fragmentos do texto do cartão, lança-se uma hipótese para a construção do verso 2 do soneto, neste momento não há preocupação em estabelecer a rima para o verso 2 do soneto, a preocupação é com a narrativa (todo o soneto será construído sobre hipóteses a partir das partes grifadas e copiadas, este é o conteúdo que está sendo apreendido pelo (s) parceiros para que seja possível discorrer sobre o assunto).
Neste momento o parceiro está em seu nível de insegurança máximo, ele não acredita que pode fazer o poema, e faz comentários relativos ao que ele domina, se for poeta sugere a continuidade com rima à revelia do método, se não for poeta sugere um ponto, uma vírgula, fala de um espaçamento desencontrado, mas tudo isto é sinal que mantém sua atenção na composição, e isto facilita o seu avanço nos passos do conhecimento, que logo o surpreenderão. No entanto ele pode tentar fugir criando assuntos paralelos e neste momento nem ele, nem outros que estão na parceria, conseguem se manter atentos, é necessário criar-se um elo de ligação entre o discurso e a teoria que faça o grupo retornar ao assunto básico, o poema. Isto pode ser feito com uma pergunta, a um dos elementos, uma questão simples que o leve a fazer uma pausa e sentir que sua participação faz falta. Ao se sentir valorizado ele se esforça e supera a sua insegurança.
-Lê-se os dois primeiros versos, já provisoriamente, elaborados e procede-se à escolha do verso 3 comparando com os dois versos eleitos (1 e 2) e selecionando, uma das partes grifadas e copiadas ao centro da mesa, para compor a primeira hipótese para o verso de número 3;
-Ao escolher a hipótese, faz-se a transposição das palavras do cartão, de forma integral ou adaptada e procede-se a leitura de toda a narrativa. Agora, normalmente o, ou os, parceiros não entendem que é uma hipótese e reclamam que não há rima no trecho selecionado.
Neste momento eles têm certeza que estão copiando os versos, e costumam falar coisas tipo: ‘tudo se copia’, ‘mas não podemos sair copiando’ entretanto são alertados que a parte importada para o soneto é provisória, e que a palavra no contexto, não representa, mas significa e assim os fragmentos de texto estão ali para alimentar o desenvolvimento da narrativa, para estimular o centro de linguagem, estimular o pensamento e a criação, este é o fundamento teórico e científico do método, com base na linguística moderna ( SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral/Capítulo dos Signos. 30ª Edição. São Paulo: Cultrix, 2002).
4. Nomeação ( Quarto Passo)
-Uma vez situada a narrativa na sequência lógica dos versos 1, 2 e 3, confirma-se as rimas ( neste momento é necessário, exemplificar o que é a rima e alertar sobre a necessidade de fazer-se um banco de rimas, partindo do vocabulário próprio, ou de pesquisa em dicionários on line, esta operação é repetida sempre que surge uma nova rima) dos versos 2 e 3 e completa-se as rimas dos versos 6 e 7 do soneto, pois todas elas são rimas B; Isto acontece porque o grupo já é capaz de nomear parte da estrutura do soneto inacabado, ou seja:
-Ele tem a Rima A que está previamente fixada (verso 1 do soneto inacabado, que provém do mote da coroa) e ao identificar os versos 2 e 3 também situam suas Rimas B, assim ao nomearem a construção da narrativa na sequência dos versos 1, 2 e 3, todos conseguem nomear, ou seja: dar nome as rimas e aos versos construindo a seguinte estrutura,:
Verso 1 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 3 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 4 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 7 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 8 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
A esta altura o(s) parceiro(os) já percebem a independência do poema a comandar, dando vida própria a sua narrativa que já não pertence ao narrador... E eles já buscam auxílio nos fragmentos do texto do mote sem reservas, já percebem o movimento metodológico, que sempre se repete alimentando a criação do poema.
-Nomeada a estrutura de duas quadras (oito versos do soneto) é preciso retomar a leitura do que já foi narrado, construído, para iniciar a composição do verso 4 da primeira quadra, aqui tem início o quinto passo na construção do conhecimento, a fixação, memorização.
5.Fixação ( Quinto Passo)
-Para fixar o que se fez e situar-se na continuação desta composição é necessário proceder-se a leitura em voz alta algumas vezes, para que se possa perceber exatamente onde o poema deseja ir...
-Assim há que memorizar e entender o que já foi escrito e inicia-se pelo verso 1 e vai-se até o verso 3, para se saber para onde caminha o verso 4, que fechará a primeira quadra.
-Revisão dos dois versos de número 2 e 3 quanto as rimas e tamanho do verso;
Evitamos assuntos sobre métrica, a escanção dos versos, porque é específico no conhecimento da poesia e deve seguir uma didática própria, que ao momento desta composição não faz falta, e nem descaracteriza o soneto.
-Assim, se o verso estiver despido (muito curto), complementa-se com palavras (adjetivos, substantivos, conjunções, interjeições, preposições, pronomes, etc.), no entanto, se estiver muito elástico (comprido), suprime-se palavras, conservando o núcleo do assunto, o agente da ação, o verbo.
Vale salientar que um verso pode conter toda a ação de uma quadra, e os demais versos orbitarem de forma substantiva, ou adjetiva a toda aquela ação. Esta dinâmica da poesia é criada em função dos elementos conferidos pela licença poética e pela propriedade ou impropriedade com que são usadas as metáforas.
- Concluída a revisão dos versos 2 e 3 ainda na fase de fixação faz-se uma releitura dos fragmentos e seleciona-se novamente um trecho para compor o verso 4, ou ele aparece normalmente como sequência da narrativa no assunto revisado. Assim fecha-se primeira quadra e inicia-se a segunda quadra relendo todos os registros para situar o argumento da narrativa o que levará ao fechamento da segunda quadra, ai caminha-se para o sexto passo, a generalização.
6.Generalização ( Sexto Passo)
A primeira quadra tem a função de fechar a introdução da narrativa, enquanto a segunda quadra cuidará do argumento da introdução. Ao alçar o vôo argumentativo, o soneto na sua segunda quadra, flutua, navega para situar a trama da narrativa e evoluir para os tercetos. Nesta fase cada terceto tem sua estratégia diferenciada, o primeiro, articula a narrativa entre a quadra introdutória e a quadra argumentativa de forma a encaminhar e coordenar o fechamento do segundo terceto, que é a conclusão da narrativa do soneto. O último verso do soneto se chama ‘fecho de ouro’ que, na coroa de 15 sonetos já está enunciado previamente no soneto inacabado, pois este contém, no seu primeiro e o último verso, os versos do mote da coroa.
-Concluída a primeira e segunda quadra, o grupo vai se debruçar sobre os tercetos, e sabendo a função de cada um deles, são lançadas as hipóteses do absurdo. Esta dinâmica consiste em copiar-se todos os fragmentos de textos restantes nos dois tercetos, guardando as propriedades do fecho do segundo, se for possível, ou de forma realmente ao acaso.
O que vai acontecer nesta fase é que o grupo, vai estranhar tudo...
Vai ficar completamente indignado e é levado a reagir com palavras do tipo:
_Mas isto não é possivel! Estas afirmações não procedem;
ou: Assim ficaria melhor... E começam a aparecer composições precisamente adequadas a continuidade e fechamento dos tercetos. Nesta altura são os parceiros que geralmente alertam que os versos são provisórios, que são hipóteses, que estão despidos, ou muito compridos, etc. Ou seja por serem instigados pelo contraditório as parcerias ganham confiança e fazem ouvir sua voz. Este ímpeto de produzir é o nascimento dos versos a partir de ideias próprias, de convicções próprias, é o testemunho que o conteúdo foi fixado, apreendido e começa a se transformar, produzindo conhecimento independente. Está iniciada a fase de construção do conhecimento chamada generalização.
-Caminha-se das hipóteses do absurdo aos versos do primeiro e segundo tercetos que são construídos quase em simultaneidade, revisa-se várias vezes em releituras e situam-se as rimas dos dois tercetos que são previamente estabelecidas pelo mote da coroa e, neste caso do festival, são CDE,CDE.
E temos a estrutura final do soneto:
Verso 1 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 3 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 4 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 7 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 8 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 1 Rima C (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o primeiro terceto do soneto)
Verso 3 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima C(obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o segundo terceto do soneto)
Verso 7 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
- Com a estrutura final montada e os versos elaborados, são feitas várias leituras para situar e ajustar a pertinência de cada estrofe ( quadra e terceto), ao mote da coroa e ao mote do soneto inacabado, porque o soneto pertence a coroa e esta tem 15 sonetos.Neste momento inicia-se o sétimo passo na construção do conhecimento a criação.
8. Criação ( Sétimo Passo)
-Após o ajuste das rimas e da estética (tamanho dos versos do poema), e da revisão da narrativa, procede-se a leitura do soneto anterior, se existir, e do soneto sucessor (se existir), e elege-se um título para o soneto.
Número da situação do soneto na Coroa em Algarismos Romanos
(de I a XV, sendo XV o Mote da Coroa, o soneto que distribuiu os versos para toda a coroa)
Título do Soneto
Verso 1 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 3 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 4 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 7 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 8 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 1 Rima C (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o primeiro terceto do soneto)
Verso 3 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima C (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o segundo terceto do soneto)
Verso 7 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
-Para definição do título são sugeridos muitos exemplos e deles é selecionado apenas um. A escolha é feita com base na adequação ao mote e a narrativa do poema. A orientação sugerida sobre a tarefa é que seja título reduzido, que contemple o núcleo contraditório da narrativa e os objetivos do mote. Com a escolha do título é feita a declamação do soneto, para verificar aspectos importantes da declamação, se houver necessidade, faz-se nova revisão e está finalizado o soneto.
Sobre a Revisão da Coroa
-Após a composição de todos os sonetos da coroa, foi iniciada a revisão do poema final em parceria com José Santos Lourenço. A seguir a coroa de 15 sonetos ‘ O Galo de Barcelos’ foi encaminhada, aos Coordenadores do Projeto Escolar ‘As Fitas’ (do Agrupamento de Escolas Abel Varzim de Vila Seca/Barcelos/Portugal), para ser inserida no Musical da Coroa, uma performance que fará parte do evento de encerramento do I Festival de Poesia Didática de Barcelos e mostrará (no Auditório da Biblioteca Municipal, dia 30JUN2012) o poema ‘O Galo de Barcelos’ na sua dimensão Lírica, Teatral e Épica.
Sobre a Identidade do Método
Assim foram conduzidas todas as 14 oficinas do I Festival de Poesia Didática de Barcelos. Os comentários sobre as reações dos parceiros e os argumentos em função dos objetivos da metodologia adotada, fazem parte do processo da poesia didática chamado avaliação. O resultado desta avaliação, portanto não se limita, portanto, a qualidade da coroa de 15 sonetos produzida em parceria, mas ao modo de condução do processo envolvendo todos os parceiros. A observação dos padrões de comportamentos manifestados no contraponto dos passos de construção do pensamento, considerando a lógica formal, uma vez que todos os parceiros trabalhados são adultos, portanto portadores da lógica formal, ou seja capazes de abstrairem noções e conceitos, e categorizar estas mesmas noções e conceitos até a fase de recriar. Sobre esta fase não foi aplicado o método, porque teríamos que realizar um work shop para que cada um dos parceiros pudesse elaborar seu poema segundo a categoria trabalhada. Isto poderia ser objeto de novos trabalhos.
Nominação das Parcerias de BlogTok
-Câmara Municipal de Barcelos
.Secretaria de Educação e Cultura de Barcelos
.Biblioteca Municipal de Barcelos
.Casa da Juventude de Barcelos
.Pelouro da Juventude Projeto As Fitas
.Agrupamento Escolar Abel Varzim
-Associação M.O.E (produtora do evento de Abertura - 20ABR2012)
-Associação Educa’Arte (produtora das oficinas itinerantes e evento de encerramento 20ABR a 30JUN2012)
-Associação Barca da Fantasia (apoio e logística)
Coroa de 15 Sonetos 'O Galo de Barcelos'
Elenco das Parcerias
Ibernise Maria, José Lourenço dos Santos, Felipe Rente,Carlos Ferreira, Manuela Pereira, Sara Figueiredo, Fernando Júlio, Marinho, Rosa Gonçalves, Alexandre Durães, Felipe Miranda, Ricardo Falcão, Conceição Bernardino, Isabel Pereira, Maria João Mesquita, Cristina Souza, Sandra Cunha, Maria João Mota Alves, Joana Oliveira e Mário Figueiredo.
Este evento é uma realização de intercâmbio cultural entre Portugal e Brasil, promovendo a arte popular, cultura de raíz, livro e leitura.
Para ler a coroa de sonetos composta em 20 parcerias em oficinas itinerantes no festival clik neste link
http://www.ibernisemaria.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3736862
Ibernise
Barcelos (Portugal), 02JUN2012
I Festival de Poesia Didática de Barcelos
Avaliação do Método de Ibernise para Fazer Poemas - Relatório do Método Aplicado nas Oficinas Itinerantes de Poesia Didática.
O ‘Método de Ibernise para Fazer Poemas’ foi testado nas escolas e agora durante nas oficinas itinerantes do I Festival de Poesia Didática de Barcelos, apresenta nova avaliação.
Os trabalhos com poesia, nas escolas partiram de uma quadra chegando a poemas em prosa e verso. Não obstante, esta simplicidade de abordagem poética, foram obtidas avaliações positivas para as 2ª, 3ª e 4ª séries do 1º Ciclo e 6ª, 7ª e 8ª do 2º Ciclo. Isto foi delineado em oficinas pedagógicas de 1993 a 2000.
Para o Festival fez-se necessário as oficinas em caráter geral e igualitário a pessoas da poesia e simpatizantes, ou seja poesia para toda a gente. Assim a composição dos poemas ocorreria em oficinas itinerantes, sendo 12 públicas em um total de 14, e todas em parceria (duetos ou mais parceiros).Também seria aumentado o grau de dificuldade passando das quadras para os sonetos, sem considerar a necessidade dos pré-requisitos: Glosa e Rondel. Os quais foram testados em oficinas virtuais, on-line a partir de 2007.
Uma vez definido que seriam trabalhados sonetos, no I Festival de Poesia Didática de Barcelos, foi aumentado o grau de dificuldade, elegendo a forma clássica de poesia ‘Coroa de 15 Sonetos’. Em consequência, seria também definido o esquema de rimas, usual de Camões (ABBA,ABBA,CDE,CDE) que é também de Machado de Assis em seu livro ‘Dom Casmurro’, usado pela personagem Bentinho no soneto inacabado, que seria para Capitu, mas ele dedicou a todos os poetas, e situou as rimas em ABBA,ABBA,CDE,CDE.
Quais os resultados obtidos, na aplicação do método, durante o processo de elaboração da Coroa de 15 Sonetos ‘O Galo de Barcelos’ neste festival?
Elegemos os níveis de apreensão do conhecimento formal, mas partimos das noções ao nível concreto. Para isto foram elaboradas atividades e materiais didáticos para este nível de pensamento e colocado à disposição do público, em exposições em locais públicos tais como:
-Biblioteca Municipal 20ABR2012 à 21MAI2012;
-Casa da Juventude 22MAI2012 a 29JUN2012.
Considerando o pensamento formal delimitamos os passos a seguir como sendo: Relacão,comparação,identificação,nomeação,fixação,generalização e criação.
Naturalmente não há que esperar que adultos se neguem a seguir estes passos, mesmo porque já entram nas oficinas itinerantes sabendo que estarão submetidos a uma poesia em caráter experimental, daí as oficinas.
Vale salientar que sendo experimental, todo resultado quanto a qualidade, é bem vindo, posto que o registro é processo, e sendo processo, ganhará qualidade nas ações graduais e contínuas de aperfeiçoamento do método, e de cada pessoa que posteriormente se dedicar a poesia.
Relato da Condução
Apresentação da poesia didática e dos objetivos a partir da leitura do mote da coroa e apresentação dos sonetos inacabados. Situação da coroa, objeto da composição, no padrão gráfico.
Apresentação do Material didático:
Kit das parcerias:caderno das parcerias com os sonetos inacabados e os motes de cada soneto, painel situando o soneto na coroa, atlas da coroa com todos os passos da movimentação do padrão gráfico, lápis, borracha, modelo de uma coroa de soneto (Lusofonia é Meta Alegoria, do Livro de Ibernise Maria ‘Sonetos’.2009, Ed.BlogTok/Barcelos-Portugal.123p.
Cartões auto adesivos amarelos em 3 tamanhos;
Computador on-line.
1.Relação ( Primeiro Passo)
-Todos fazem leitura em voz alta e silenciosa do mote e do soneto inacabado;
-É informado que o soneto obrigatoriamente inicia com o primeiro definido e o último verso, este é o curso da narrativa dos 12 versos que serão compostos para completar o soneto (o Soneto tem 14 versos, sendo duas quadras e dois tercetos);
-Seleciona-se com grifos partes aleatórias do mote entre 2 e 8 palavras aproximadamente, e também palavras pertinentes ao tema do mote ou sugeridas;
-Relaciona-se cada fragmento do texto grifado, escrevendo em letra de forma em um cartão e cola-se ao centro da mesa, à vista de todos; Todos copiam de forma alternada, os fragmentos do mote do soneto inacabado, a seguir comparam cada fragmento com o primeiro verso e aí tem início o segundo para na construção do conhecimento a comparação;
2.Comparação ( Segundo Passo)
-Compara-se cada trecho com o primeiro verso do soneto, verificando a compatibilidade da continuidade da narrativa até encontrar uma parte do mote que estabeleça um elo de continuidade;
-Ao comparar os diversos fragmentos grifados nos cartões ao centro da mesa torna-se possível eleger a sequência da narrativa do verso1. Uma vez encontrada a parte do texto grifado, que é compatível com a continuidade da narrativa do verso 1 escreve-se parte do verso 2, e tem início o terceiro passo na construção do conhecimento que é a identificação, os compositores identificam o que seria o verso 2 do soneto inacabado.
3.Identificação ( Terceiro Passo)
Ao identificar e copiar os fragmentos do texto do cartão, lança-se uma hipótese para a construção do verso 2 do soneto, neste momento não há preocupação em estabelecer a rima para o verso 2 do soneto, a preocupação é com a narrativa (todo o soneto será construído sobre hipóteses a partir das partes grifadas e copiadas, este é o conteúdo que está sendo apreendido pelo (s) parceiros para que seja possível discorrer sobre o assunto).
Neste momento o parceiro está em seu nível de insegurança máximo, ele não acredita que pode fazer o poema, e faz comentários relativos ao que ele domina, se for poeta sugere a continuidade com rima à revelia do método, se não for poeta sugere um ponto, uma vírgula, fala de um espaçamento desencontrado, mas tudo isto é sinal que mantém sua atenção na composição, e isto facilita o seu avanço nos passos do conhecimento, que logo o surpreenderão. No entanto ele pode tentar fugir criando assuntos paralelos e neste momento nem ele, nem outros que estão na parceria, conseguem se manter atentos, é necessário criar-se um elo de ligação entre o discurso e a teoria que faça o grupo retornar ao assunto básico, o poema. Isto pode ser feito com uma pergunta, a um dos elementos, uma questão simples que o leve a fazer uma pausa e sentir que sua participação faz falta. Ao se sentir valorizado ele se esforça e supera a sua insegurança.
-Lê-se os dois primeiros versos, já provisoriamente, elaborados e procede-se à escolha do verso 3 comparando com os dois versos eleitos (1 e 2) e selecionando, uma das partes grifadas e copiadas ao centro da mesa, para compor a primeira hipótese para o verso de número 3;
-Ao escolher a hipótese, faz-se a transposição das palavras do cartão, de forma integral ou adaptada e procede-se a leitura de toda a narrativa. Agora, normalmente o, ou os, parceiros não entendem que é uma hipótese e reclamam que não há rima no trecho selecionado.
Neste momento eles têm certeza que estão copiando os versos, e costumam falar coisas tipo: ‘tudo se copia’, ‘mas não podemos sair copiando’ entretanto são alertados que a parte importada para o soneto é provisória, e que a palavra no contexto, não representa, mas significa e assim os fragmentos de texto estão ali para alimentar o desenvolvimento da narrativa, para estimular o centro de linguagem, estimular o pensamento e a criação, este é o fundamento teórico e científico do método, com base na linguística moderna ( SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral/Capítulo dos Signos. 30ª Edição. São Paulo: Cultrix, 2002).
4. Nomeação ( Quarto Passo)
-Uma vez situada a narrativa na sequência lógica dos versos 1, 2 e 3, confirma-se as rimas ( neste momento é necessário, exemplificar o que é a rima e alertar sobre a necessidade de fazer-se um banco de rimas, partindo do vocabulário próprio, ou de pesquisa em dicionários on line, esta operação é repetida sempre que surge uma nova rima) dos versos 2 e 3 e completa-se as rimas dos versos 6 e 7 do soneto, pois todas elas são rimas B; Isto acontece porque o grupo já é capaz de nomear parte da estrutura do soneto inacabado, ou seja:
-Ele tem a Rima A que está previamente fixada (verso 1 do soneto inacabado, que provém do mote da coroa) e ao identificar os versos 2 e 3 também situam suas Rimas B, assim ao nomearem a construção da narrativa na sequência dos versos 1, 2 e 3, todos conseguem nomear, ou seja: dar nome as rimas e aos versos construindo a seguinte estrutura,:
Verso 1 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 3 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 4 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 7 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 8 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
A esta altura o(s) parceiro(os) já percebem a independência do poema a comandar, dando vida própria a sua narrativa que já não pertence ao narrador... E eles já buscam auxílio nos fragmentos do texto do mote sem reservas, já percebem o movimento metodológico, que sempre se repete alimentando a criação do poema.
-Nomeada a estrutura de duas quadras (oito versos do soneto) é preciso retomar a leitura do que já foi narrado, construído, para iniciar a composição do verso 4 da primeira quadra, aqui tem início o quinto passo na construção do conhecimento, a fixação, memorização.
5.Fixação ( Quinto Passo)
-Para fixar o que se fez e situar-se na continuação desta composição é necessário proceder-se a leitura em voz alta algumas vezes, para que se possa perceber exatamente onde o poema deseja ir...
-Assim há que memorizar e entender o que já foi escrito e inicia-se pelo verso 1 e vai-se até o verso 3, para se saber para onde caminha o verso 4, que fechará a primeira quadra.
-Revisão dos dois versos de número 2 e 3 quanto as rimas e tamanho do verso;
Evitamos assuntos sobre métrica, a escanção dos versos, porque é específico no conhecimento da poesia e deve seguir uma didática própria, que ao momento desta composição não faz falta, e nem descaracteriza o soneto.
-Assim, se o verso estiver despido (muito curto), complementa-se com palavras (adjetivos, substantivos, conjunções, interjeições, preposições, pronomes, etc.), no entanto, se estiver muito elástico (comprido), suprime-se palavras, conservando o núcleo do assunto, o agente da ação, o verbo.
Vale salientar que um verso pode conter toda a ação de uma quadra, e os demais versos orbitarem de forma substantiva, ou adjetiva a toda aquela ação. Esta dinâmica da poesia é criada em função dos elementos conferidos pela licença poética e pela propriedade ou impropriedade com que são usadas as metáforas.
- Concluída a revisão dos versos 2 e 3 ainda na fase de fixação faz-se uma releitura dos fragmentos e seleciona-se novamente um trecho para compor o verso 4, ou ele aparece normalmente como sequência da narrativa no assunto revisado. Assim fecha-se primeira quadra e inicia-se a segunda quadra relendo todos os registros para situar o argumento da narrativa o que levará ao fechamento da segunda quadra, ai caminha-se para o sexto passo, a generalização.
6.Generalização ( Sexto Passo)
A primeira quadra tem a função de fechar a introdução da narrativa, enquanto a segunda quadra cuidará do argumento da introdução. Ao alçar o vôo argumentativo, o soneto na sua segunda quadra, flutua, navega para situar a trama da narrativa e evoluir para os tercetos. Nesta fase cada terceto tem sua estratégia diferenciada, o primeiro, articula a narrativa entre a quadra introdutória e a quadra argumentativa de forma a encaminhar e coordenar o fechamento do segundo terceto, que é a conclusão da narrativa do soneto. O último verso do soneto se chama ‘fecho de ouro’ que, na coroa de 15 sonetos já está enunciado previamente no soneto inacabado, pois este contém, no seu primeiro e o último verso, os versos do mote da coroa.
-Concluída a primeira e segunda quadra, o grupo vai se debruçar sobre os tercetos, e sabendo a função de cada um deles, são lançadas as hipóteses do absurdo. Esta dinâmica consiste em copiar-se todos os fragmentos de textos restantes nos dois tercetos, guardando as propriedades do fecho do segundo, se for possível, ou de forma realmente ao acaso.
O que vai acontecer nesta fase é que o grupo, vai estranhar tudo...
Vai ficar completamente indignado e é levado a reagir com palavras do tipo:
_Mas isto não é possivel! Estas afirmações não procedem;
ou: Assim ficaria melhor... E começam a aparecer composições precisamente adequadas a continuidade e fechamento dos tercetos. Nesta altura são os parceiros que geralmente alertam que os versos são provisórios, que são hipóteses, que estão despidos, ou muito compridos, etc. Ou seja por serem instigados pelo contraditório as parcerias ganham confiança e fazem ouvir sua voz. Este ímpeto de produzir é o nascimento dos versos a partir de ideias próprias, de convicções próprias, é o testemunho que o conteúdo foi fixado, apreendido e começa a se transformar, produzindo conhecimento independente. Está iniciada a fase de construção do conhecimento chamada generalização.
-Caminha-se das hipóteses do absurdo aos versos do primeiro e segundo tercetos que são construídos quase em simultaneidade, revisa-se várias vezes em releituras e situam-se as rimas dos dois tercetos que são previamente estabelecidas pelo mote da coroa e, neste caso do festival, são CDE,CDE.
E temos a estrutura final do soneto:
Verso 1 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 3 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 4 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 7 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 8 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 1 Rima C (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o primeiro terceto do soneto)
Verso 3 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima C(obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o segundo terceto do soneto)
Verso 7 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
- Com a estrutura final montada e os versos elaborados, são feitas várias leituras para situar e ajustar a pertinência de cada estrofe ( quadra e terceto), ao mote da coroa e ao mote do soneto inacabado, porque o soneto pertence a coroa e esta tem 15 sonetos.Neste momento inicia-se o sétimo passo na construção do conhecimento a criação.
8. Criação ( Sétimo Passo)
-Após o ajuste das rimas e da estética (tamanho dos versos do poema), e da revisão da narrativa, procede-se a leitura do soneto anterior, se existir, e do soneto sucessor (se existir), e elege-se um título para o soneto.
Número da situação do soneto na Coroa em Algarismos Romanos
(de I a XV, sendo XV o Mote da Coroa, o soneto que distribuiu os versos para toda a coroa)
Título do Soneto
Verso 1 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 3 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a primeira quadra do soneto)
Verso 4 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 7 Rima B (componente da estrutura previamente definida ABBA, para a segunda quadra do soneto)
Verso 8 Rima A (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 1 Rima C (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 2 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o primeiro terceto do soneto)
Verso 3 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 5 Rima C (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
Verso 6 Rima D (componente da estrutura previamente definida CDE, para o segundo terceto do soneto)
Verso 7 Rima E (obrigatório, pertence a estrutura da coroa de 15 sonetos)
-Para definição do título são sugeridos muitos exemplos e deles é selecionado apenas um. A escolha é feita com base na adequação ao mote e a narrativa do poema. A orientação sugerida sobre a tarefa é que seja título reduzido, que contemple o núcleo contraditório da narrativa e os objetivos do mote. Com a escolha do título é feita a declamação do soneto, para verificar aspectos importantes da declamação, se houver necessidade, faz-se nova revisão e está finalizado o soneto.
Sobre a Revisão da Coroa
-Após a composição de todos os sonetos da coroa, foi iniciada a revisão do poema final em parceria com José Santos Lourenço. A seguir a coroa de 15 sonetos ‘ O Galo de Barcelos’ foi encaminhada, aos Coordenadores do Projeto Escolar ‘As Fitas’ (do Agrupamento de Escolas Abel Varzim de Vila Seca/Barcelos/Portugal), para ser inserida no Musical da Coroa, uma performance que fará parte do evento de encerramento do I Festival de Poesia Didática de Barcelos e mostrará (no Auditório da Biblioteca Municipal, dia 30JUN2012) o poema ‘O Galo de Barcelos’ na sua dimensão Lírica, Teatral e Épica.
Sobre a Identidade do Método
Assim foram conduzidas todas as 14 oficinas do I Festival de Poesia Didática de Barcelos. Os comentários sobre as reações dos parceiros e os argumentos em função dos objetivos da metodologia adotada, fazem parte do processo da poesia didática chamado avaliação. O resultado desta avaliação, portanto não se limita, portanto, a qualidade da coroa de 15 sonetos produzida em parceria, mas ao modo de condução do processo envolvendo todos os parceiros. A observação dos padrões de comportamentos manifestados no contraponto dos passos de construção do pensamento, considerando a lógica formal, uma vez que todos os parceiros trabalhados são adultos, portanto portadores da lógica formal, ou seja capazes de abstrairem noções e conceitos, e categorizar estas mesmas noções e conceitos até a fase de recriar. Sobre esta fase não foi aplicado o método, porque teríamos que realizar um work shop para que cada um dos parceiros pudesse elaborar seu poema segundo a categoria trabalhada. Isto poderia ser objeto de novos trabalhos.
Nominação das Parcerias de BlogTok
-Câmara Municipal de Barcelos
.Secretaria de Educação e Cultura de Barcelos
.Biblioteca Municipal de Barcelos
.Casa da Juventude de Barcelos
.Pelouro da Juventude Projeto As Fitas
.Agrupamento Escolar Abel Varzim
-Associação M.O.E (produtora do evento de Abertura - 20ABR2012)
-Associação Educa’Arte (produtora das oficinas itinerantes e evento de encerramento 20ABR a 30JUN2012)
-Associação Barca da Fantasia (apoio e logística)
Coroa de 15 Sonetos 'O Galo de Barcelos'
Elenco das Parcerias
Ibernise Maria, José Lourenço dos Santos, Felipe Rente,Carlos Ferreira, Manuela Pereira, Sara Figueiredo, Fernando Júlio, Marinho, Rosa Gonçalves, Alexandre Durães, Felipe Miranda, Ricardo Falcão, Conceição Bernardino, Isabel Pereira, Maria João Mesquita, Cristina Souza, Sandra Cunha, Maria João Mota Alves, Joana Oliveira e Mário Figueiredo.
Este evento é uma realização de intercâmbio cultural entre Portugal e Brasil, promovendo a arte popular, cultura de raíz, livro e leitura.
Para ler a coroa de sonetos composta em 20 parcerias em oficinas itinerantes no festival clik neste link
http://www.ibernisemaria.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3736862
Ibernise
Barcelos (Portugal), 02JUN2012