AS CESURAS
O que dá ritmo às poesias são as cesuras.
Cesuras são sílabas tônicas que devem existir obrigatoriamente no interior dos versos que tenham mais de sete sílabas poéticas.
Cesura também denomina a última sílaba de uma palavra que inicia o pé de um verso grego ou latino.
Nos Decassílabos Sáficos as cesuras devem estar nas 4ª , 8ª e 10ª sílabas poéticas.
Exs:
Vo/zes/ ve/la/das/, ve/lu/do/sas/ vo/zes... (Cruz e Souza)
Te/nho/ pa/la/vras/ pa/ra/ ti/, a/ma/da! (Camões)
Nos Decassílabos Heróicos elas devem estar nas 6ª e 10ª sílabas.
Exs:
Em/bo/ra/ não/ o/ sai/bas/, que/ mo/rri ( F. Pessoa)
Meu/ es/tro/ vai/ pa/rar/ des/fei/to em/ ven/to..." (Bocage)
No Alexandrino legítimo há cesuras na 6ª e 12ª sílabas.
Exs:
Sai/de/ lá/u/ma/ pre/ce e/le/van/do/-se aos/céus/ (A. de Oliveira)
Já/ lá/ fo/ra/, da ou/re/la a/zul/ das/ en/se/a/das (O.Bilac)
Vi/mos/ co/mo/ quem/ vin/ga u/ma/ mon/ta/nha al/tí/ssi/ma(E. da Cunha)
Se estiverem na 4ª, 8ª e 12ª sílabas trata-se de Dodecassílabo, não necessariamente um Alexandrino.
De/ma/nhã/zi/nha/,quan/do eu/ si/go/pe/la es/tra/da (K. Caldas)
Pa/ra o/ de/se/nho/ dos/ re/le/vos/ es/tu/pen/dos (E. da Cunha)
De/ tu/do ao/ meu/ a/mor/ se/rei/ aten/to/ an/tes (V. de Morais)