RESUMO
Receio
que o meu tempo
futuro
reserme-me
o direito de esquecer
por isso
guardo aqui
a minha marca
"só as palavras não morrem"
e na imortalidade
que hoje vivo
eu comemoro
aqui
o agora
coisas de poeta
que carrega na alma
a vontade de lembrar
ameaçada
pela esquisitisse
do esquecer
e enquanto faço poesia
eu agradeço
à fábrica
pelas lembranças
por não haver
cárceres
para as almas
e
se um dia
roubarem-me
a memória
mesmo assim
continuarei vivendo
para o poeta
até o silêncio
fala!