O soneto alexandrino
Todos os teóricos que escrevem sobre o soneto alexandrino nada mais fazem do que amedrontar o autor iniciante que pretende escrever o mais difícil e rico soneto da língua portuguesa.
O alexandrino nada mais é do que o soneto onde os versos têm doze sílabas poéticas. Obrigatoriamente, são acentuadas a sexta e a décima segunda sílaba, que dividem o verso em duas partes chamadas hemistíquios. Fica claro que estes dois hemistíquios devem existir, o primeiro contado do início do verso, sua primeira sílaba poética até a sexta, e o segundo hemistíquio, contado da sexta até a décima segunda sílaba. São sempre acentuadas, convém repetir.
O intervalo entre a primeira e a segunda divisão do verso é chamado de cesura. É pausa importante, pois serve para dividir e a dar ritmo ao verso. A respiração também é importante, e a acentuação na sexta e décima segunda sílaba poética é indispensável.
Como todo soneto, o alexandrino é composto de duas quadras e dois tercetos. A rima deve sempre ser rica, tendo em vista que o alexandrino é o mais difícil e elegante verso da língua portuguesa.
A rima das quadras obedece ao princípio abab, ou seja, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo com o quarto verso.
Os tercetos são rimados como bem entender o autor, atualmente. A única regra é que o segundo verso do primeiro terceto deve rimar com o também segundo verso do terceto final.
Uma vez obedecidas estas regras, e o alexandrino está caracterizado. O famoso fecho de ouro não tem sentido. Todos os versos devem terminar com beleza expressiva.