Triplix: A Tríplice Poesia
O Triplix é um poema composto por três poetrix autônomos e independentes, sendo preferencialmente criado por três autores diferentes, embora haja a possibilidade de um dos autores se repetir. Assim como no Duplix, as regras para escrever o Triplix seguem basicamente as mesmas, com necessidade de os três fazerem sentido individualmente e juntos.
O triplix tem a capacidade de oferecer quatro leituras distintas. Isso ocorre porque cada poetrix pode ser lido isoladamente, proporcionando três interpretações únicas, e, ao mesmo tempo, a união dos três poetrix resulta em uma quarta leitura, que apresenta um novo significado decorrente da junção das três partes. Dessa forma, o Triplix se mostra uma forma de poesia rica em nuances e possibilidades interpretativas.
Igualmente como no Duplix, o Triplix é comparado a um casamento, no entanto, neste caso, trata-se de uma "bigamia poética" ou "triângulo poético", uma vez que são três poetrix que se unem em uma única composição. Essa união proporciona uma experiência rica tanto para os autores quanto para os leitores, permitindo a criação de um diálogo intertextual e interdiscursivo. Essa variação também foi criada por Pedro Cardoso e Tê Soares, nos mesmos moldes do duplix.
Nas próximas linhas, um belíssimo exemplo para contemplação trago-lhe, através da obra "Por um fio // no horizonte // di(vaga)lume", do trio Mardilê Fabre, Lílian Maial e Marcelo Marinho.
POR UM FIO // NO HORIZONTE // DI(VAGA)LUME
Lua virgem // em luares de desejo // lusco-fusco
balança // ávida de azul // penumbra
entre o céu e o mar // prata da casa // sonha ser o sol
Agora, vamos ler os três poetrix individualmente:
POR UM FIO
(Mardilê Fabre)
Lua virgem
balança
entre o céu e o mar
. . . * . . .
NO HORIZONTE
(Lílian Maial)
Em luares de desejo
ávida de azul
prata da casa
. . . * . . .
DI(VAGA)LUME
(Marcelo Marinho)
Lusco-fusco
penumbra
sonha ser o sol