51 /// 69
Fui de cachaça.//Eu, na pinga,
Com 12 anos//trabalhava duro...
a dor não passa.//A cabeça fica avariada
Rosa Pena /// Pedro Cardoso (DF)
PS: sempre disse que o Duplix é como um casamento. Para que dê certo, é preciso que se respeite o “outro” em todos os momentos. O poetrix base não pode ser alterado em hipótese alguma. Ele é um todo e não uma metade como pode parecer. Ele é um “ser” completo com cabeça, tronco e membros. Ele tem vida própria, nome e registro de nascimento.
É fundamental que se observe a pontuação do poetrix base. Ela exige do segundo autor um cuidado mais apurado. Ela é que norteia o segundo poema para que ele não venha a ser apenas um complemento dos versos anteriores, que muitas vezes, dá sentido ao terceiro poema, mas que não sobrevive como um Duplix.
O segundo poetrix pode mudar o sentido da mensagem do primeiro poema, isto não significa que o texto original perdeu o sentido, muito pelo contrário: ganha uma nova leitura, uma nova dinâmica, uma sobrevida. É interessante fazer esta observação porque alguns poetrixtas não gostam desta realidade, mas é preciso ter em mente que o poema original não é alterado, ele permanece como foi gerado, sua leitura e conteúdo, ficam intocáveis.
No caso específico deste Duplix, a poetisa Rosa Pena fala da nossa Cachaça no primeiro verso, no segundo, apela para o uísque, como se fosse uma criança de doze anos. No segundo poetrix retrato o sexo, fazendo alusão ao 69. Digo que esta é a minha cachaça, que esta relação é uma boa idéia. Os dois poetrix estão totalmente relacionados, muito embora as mensagens sejam diferentes.
Viva a poesia!!!