On my way home
Ah, por que sempre laçar um começo difícil, arredio a meus vôos?
.............................................................................................
Enfim, pinto aqui as páginas de uma outra história, filha, quem sabe, de um devaneio meu (gritante) ou de uma (tão surda) sensatez...
.............................................................................................
Bom, os hai-kais são os seguintes:
Justificativa
Ai, que este entusiasmo
Arfante (co'ar de rompante)
Deixa um ser tão pasmo!
(Avenida Josípio Lustosa)
Unção
Banho tão brando,
Já não me envergonho
De estar co'este sonho -
Falando!
(Avenida Josípio Lustosa)
Quando vos vejo...
Um triste cortejo
Sem mar de lárimas... Ah,
Por que não? Trovejo!
(Home)
Gracejo
Ouvi(-)dos franceses:
É a Vida...
Poetar às vezes -
Pela avenida!
(Home)
Agora, é atentar-se para um detalhezinho de nada: Os lugares onde baixaram os poemas (Minha casa e a avenida central de meu bairro).
.............................................................................................
Pois bem, sem mais delongas, à pergunta: "De onde surgiu essa agora?", e a resposta: "Ao ser um dia apresentado pelo haicaísta Luiz Solda a uma das belíssimas flores da grande Yuuka ou de Alice Ruiz simplesmente, deparei-me com Florianópolis e a Capital Porto Alegre ao final de algumas pétalas suas. Havia mais cidades, é claro! Mas a memória, velhinha minha decrépta, já anda pelas turras ...e luas de outras vidas!! Por fim, entre as viagens de Alice, apresentou-se uma pequena maravilha; a de viajar-se por aqui mesmo (ou não)":
Insatisfação
Entre um pastel e outro,
Vou digerir em meu quarto -
O olhar do mendigo.
(Rua Álvaro Mendes)
Via Shopping
Baba em teu uniforme
(Bem engomado)
Um peão que dorme!
Ó fado...
(Home)
Ora, quem não se recorda, afinal, de Fernando Pessoa?!
.............................................................................................
Já em relação a subir no telhado ou a chutar pedrinhas, eu prefiro (mais do que nunca) ao toque do que à contemplação!
.............................................................................................
Então, em "Justificativa", como já nos sugere o título em si, é uma explicação, carente ou magrinha de Poesia até, diria... Mas com a faceira gota de um fado; em "Unção", enterrado o receio, o atrevimento (romântico) de quem já conversa com o próprio sonho – A Poesia aqui até que me sorriu de relance; agora, em "Quando vos vejo...", sinto a presença de uma certa e bisbilhoteira filosofia: O entusiasmo que leva a um título, porém, indisfarçável cortejo, feito pelo eu-lírico, e cômico, e dramático, que, já bem seco de suas dores ou pronto p/ outras chuvas, troveja, cavalga entre valkírias, palpita e segue! Mas... por um acaso, Deus meu, será sinal sempre de indiscutível chuva quando o céu (em si) troveja?! Eu acho que não, mas... para finalizar, em ("meu") "Gracejo", deixo algo de Leminski, para que não se perca (de mim) Alice (entre chás e coelhinhos)...
a 23/12/06