Minha apresentação

Vejamos... Por onde devo (– Hunf! Jamais sei:) começar (ou enveredar)?!

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Bem, é certo que olhares mais atentos logo perceberão que trata-se de um hai-kai ou de um epitáfio (com data e tudo mais a que se tem direito)!

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Já as brumas que separam os demais (– Não se preocupem:) são as de um péssimo escritor!!

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E talvez, em verdade, um dia, o hai-kai não se mostre (a mim) por epitáfio? Sim! Artisticamente ou não, um epitáfio:

"Pé no chão

a mim(?!)

Velho gato (absorto)...

Não corre, da Vida em porre:

Finge-se de morto!"

a 26/01/06

Aah, daqui, sim, finalmente... partir-me-á um questionamento: Como terá sido, em tal ser ocidental, o nascer do hai-kai?! Que me não leiam os filhos (tanto os dos meus ...quanto os meus), mas a pergunta (em si) já é anti_globalizante! Ou não?!

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Pois muito que bem, vamos à história, à longa história que terminará, por ventura, ninando (Ou teria sido melhor "mi..."?!) alguns!!

Tudo começou no dia 25 de dezembro de 2004: Noite tempestuosa, (por natalino presente) havia levado um baita fora... Quaaal! Qual nada! Brinco obviamente ...e apenas!! Porém, em mim, afora todo o fascínio por boa parte que me oferta o Japão, o hai-kai já se desenhava de uma forma, no mínimo, contrastante: 5-5-7. E bem antes de apresentar-me aos kigôs, kirês, goukís e à(s) rã(s) de Bashô, dançava com o pobre, pisando-lhe possivelmente os calos (todos): "Oxe... Tem de ser uma grande sacação, quase um ditame, diria", dizia ...aos botões, deslumbrado ...e paradoxal, como sempre! Encantavam-me vilancetes, rondós e (principalmente) sonetos! Porém, quando (a)vi(stei) o 5-7-5, pronto: Foi como um desafio ...ou um fio de Hades, para ser preciso! E tão minguado era o meu saber, saibam; pois só conhecia um hai-ku, magistralmente entoado por um dos meus mestres com certeza: O grande Manuel Bandeira!! E nesta felicíssima tempestade, foi que me sorriu, pela primeira vez, a Métrica! Depois, tomei (= furtei) umas aulinhas aí com os meninos de um ipê, e quando me fui olhar no espelho, o meu perfeccionismo daninho e o lado metódico apertavam já (forte) contra o peito o senhor Guilherme de Almeida:

"Velhice

Uma folha morta.

Um galho no céu grisalho.

Fecho a minha porta."

Não me lembro, mas me deve ter olhado, bem sisudo, o senhor Guilherme!!

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Mais tarde, chegaram sopros de um Inverno e de uma Primavera que, de perto, jamais vira! ...E sim, olhos meus: É bonito, lindo... Mas não iludi-me!! Pois se o poeta é um "fingidor", devo ser meio-poeta:

"Num amuo só!

Moça do olho azul,

Manda perguntar o Amor:

O que diacho é amuo?!?!"

Aí está (Por que "aí" e não "aqui"?!): Poder-se-ão fechar, olhos meus (ou de quem os fitar – cegar), à estarrecedora simplicidade do correio elegante, que tão perfeitamente se encaixa à proposta haikaísta?! Ou...:

"Nas balada(s)

Prático o paulista:

Um só beijo ao cumprimento

Pra alargar a vista!"

O nosso bom e velho repente!

Ah, e... excluam-se daqui as datas! Pois é vez em quando bom esquecer os epitáfios!!

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Agora, o que, pois, fica dessa(?!) minha apresentação, (nordestinamente...) ousada ou não?! O instante, o retrato-diário: Um gato, que, de tão velho, deita-se, ao ver o intruso (eu), que, menino malino, faz, então que vai bater o pé, e ele (o gato), nem bola: Cerra os olhos, bêbado (ou exausto) pela Vida! Um segundo após, o menino e o velho... Pr'onde foi o gato?!

Ademais, para a Sabedoria a quem dedico esse(!!) artigo (que já se vai), o que permanece é (de fato) uma frase de Ignácio de Loyola Brandão(?!):

"A inspiração é o prazo."

Hm... No meu caso, antes fosse!!

a 26/01/06