O Renga
Poesia de origem japonesa
Benedita Azevedo
RENGA
A composição de haicai como é praticada hoje, é resultante do “haicai do renga” (ou tanka), muito usada antes de Bashô. Era um poema coletivo, em que um poeta compunha a primeira estrofe (hokku), um terceto com 5-7-5 sílabas (ou sons). Em seguida, outro poeta compunha a segunda estrofe, um dístico de 7-7 sílabas (ou sons). Assim cada poeta que chegava escrevia um dístico de 7-7 sílabas, após um (hokku), atingindo a centenas. Levavam anos para completar o poema. Não havia pressa em concluí-lo. O nosso haicai seria a primeira estrofe de 5-7-5 sílabas (ou sons).
Bashô era adepto do “kasen”, poema encadeado de apenas 36 estrofes (“haikai do renga”).
Bashô, século XVII, fez escola e consolidou o haicai, essa poesia essencialmente sintética muito popular no Japão. Porém, a poesia mais popular é a “tanka”, de 31 silabas.
Nas trilhas do haicai – Benedita Azevedo
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O RENGA é um tipo de diálogo cantado e uma espécie de divertimento folclórico em que se misturam os elementos lírico, cômico e satírico. Surgiu no início do século XII, apreciado pelos poetas da corte e sociedade aristocrática de então. Os praticantes utilizavam palavras poéticas rigorosamente selecionadas.
A primeira estrofe chama-se hokku, e é considerada a mais importante. Esta estrofe deve ter o kigo (termo de estação) para registrar a época do ano em que começou o KAZEN e o KIREJI (termo que se usa para exprimir uma pausa entre os versos e também para uma reflexão sobre o poema.
Natureza – Berço do haicai, Kigologia, H. Masuda Goga e Teruko Oda.
RENGA
Chegada do outono
Aquelas nuvens de chuva
Passarão ligeiras?
.........................José Marins
Depois de uma semana
Um céu azul profundo.
......................Pichorim
Pinha pinhão, renga de José Marins e Sérgio Francisco Pichorim – Araucária Cultural – Curitiba - PR
Helena Kolody e a tanka
Aquarela
Sol de primavera.
Céu azul, jardim em flor.
Risos de crianças.
Na pauta dos fios elétricos,
uma escala de andorinhas.
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Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 18/03/2007
Reeditado em 06/02/2008
Código do texto: T416714