Nempuku Sato - Alguns Haicais
Uma parte dos haicais de Nempuku está registrada em suas duas coleções pessoais, Nempuku Kushû e Nempuku Kushû dai-2. Porém, toda a sua produção posterior permanece inédita, salvo os haicais veiculados na revista Kokage, publicada até antes de sua morte, e na imprensa. Os poemas abaixo vêm de sua primeira coleção e estão entre os citados por Kyoshi Takahama em seu prefácio ao volume. Os originais em japonês estão transliterados para o alfabeto latino de acordo com o sistema Hepburn. Segue-se a versão, que procurou ser tão literal quanto possível. Tomou-se o cuidado de manter reconhecíveis os termos-de-estação (kigos), ainda que não sejam tão aparentes ao leitor que trava o primeiro contato com a tradição.
(Versões: Caqui)
natsugusa ya nagenawa ushi o etsutsu yuku
Ervas de verão --
Recolho com o laço
Os bois um a um.
inu orite ushi yorokobazu maki takibi
O gado incomodado
Com a presença do cão.
Fogueira no prado.
kambatsu ya makiba mo taore hajimeshi to
Grande estiagem --
Também o gado
Começa a definhar.
uma ni noru hakusha musubeshi hadashi kana
Montado ao cavalo
Com as esporas atadas
E os pés descalços.
norizome o ou ko segare no hadaka uma
Primeira montaria do ano --
Meu filho corre atrás
Do cavalo sem arreios.
shunrai ya futari nottaru uma ni muchi
Trovão de primavera --
Chicote no cavalo
Montado por dois.
hana kôhi mon irite nao uma ni muchi
Café em flor...
Ao entrar pela porteira,
Chicote no cavalo!
tokage kari hikko no inu mo seko no uchi
Caçada de lagartos.
Até o cachorro manco
Torna-se batedor.
buta no mure oitate imin ressha tsuku
Após tocar
Uma vara de porcos,
Chega o trem dos imigrantes.
kisha e kite kashi akanaeru kareno kana
Em volta do trem
Vendedores de doces --
O campo seco.
kageroeru senro e kisha o ori ni keri
O ar tremulando
Junto com os trilhos --
Desembarque do trem.
môfu se oi mezame dokei sagete yuku
Cobertor às costas,
Desligo o despertador
E me levanto.
kokage yori hito odori denu noji yudachi
De baixo das árvores
As pessoas saem dançando.
Chuvarada na roça.
rengakô mina shônen ya haru no kaze
São todos meninos
Os oleiros da olaria --
Vento de primavera.
iki shiroku kotoba mijika ni ki muzukashi
Palavras curtas
Envoltas no hálito branco.
Gênio complicado.
oite yuku otto ni asane no tsuma wakashi
Para o marido velho
A jovem esposa
Que dorme até tarde.
kare no sei ware o nirameru takibi kana
O grandalhão
Me encara
Por trás da fogueira.
kumi oeshi fukai ni mutare haru oshimu
Após tirar a água
Me recosto sobre o poço --
Vai-se a primavera.
fukai kumu onna kawarishi chôcho kana
Mudou a moça
Que bombeia a água do poço --
Uma borboleta!
eri maki ya shimpu to sasou takushi hige
Cachecol no pescoço --
A barba de pioneiro
Compete com a do padre.
kyoshi mon ni mugaku dai ichi hi tori mushi
O aluno de Kyoshi entre ignorantes.
Primeiros insetos
Em volta da lâmpada.
shin areba bun wa mijikashi shûtôka
Se houver fé
Poucas palavras bastam.
Lume outonal.
Uma parte dos haicais de Nempuku está registrada em suas duas coleções pessoais, Nempuku Kushû e Nempuku Kushû dai-2. Porém, toda a sua produção posterior permanece inédita, salvo os haicais veiculados na revista Kokage, publicada até antes de sua morte, e na imprensa. Os poemas abaixo vêm de sua primeira coleção e estão entre os citados por Kyoshi Takahama em seu prefácio ao volume. Os originais em japonês estão transliterados para o alfabeto latino de acordo com o sistema Hepburn. Segue-se a versão, que procurou ser tão literal quanto possível. Tomou-se o cuidado de manter reconhecíveis os termos-de-estação (kigos), ainda que não sejam tão aparentes ao leitor que trava o primeiro contato com a tradição.
(Versões: Caqui)
natsugusa ya nagenawa ushi o etsutsu yuku
Ervas de verão --
Recolho com o laço
Os bois um a um.
inu orite ushi yorokobazu maki takibi
O gado incomodado
Com a presença do cão.
Fogueira no prado.
kambatsu ya makiba mo taore hajimeshi to
Grande estiagem --
Também o gado
Começa a definhar.
uma ni noru hakusha musubeshi hadashi kana
Montado ao cavalo
Com as esporas atadas
E os pés descalços.
norizome o ou ko segare no hadaka uma
Primeira montaria do ano --
Meu filho corre atrás
Do cavalo sem arreios.
shunrai ya futari nottaru uma ni muchi
Trovão de primavera --
Chicote no cavalo
Montado por dois.
hana kôhi mon irite nao uma ni muchi
Café em flor...
Ao entrar pela porteira,
Chicote no cavalo!
tokage kari hikko no inu mo seko no uchi
Caçada de lagartos.
Até o cachorro manco
Torna-se batedor.
buta no mure oitate imin ressha tsuku
Após tocar
Uma vara de porcos,
Chega o trem dos imigrantes.
kisha e kite kashi akanaeru kareno kana
Em volta do trem
Vendedores de doces --
O campo seco.
kageroeru senro e kisha o ori ni keri
O ar tremulando
Junto com os trilhos --
Desembarque do trem.
môfu se oi mezame dokei sagete yuku
Cobertor às costas,
Desligo o despertador
E me levanto.
kokage yori hito odori denu noji yudachi
De baixo das árvores
As pessoas saem dançando.
Chuvarada na roça.
rengakô mina shônen ya haru no kaze
São todos meninos
Os oleiros da olaria --
Vento de primavera.
iki shiroku kotoba mijika ni ki muzukashi
Palavras curtas
Envoltas no hálito branco.
Gênio complicado.
oite yuku otto ni asane no tsuma wakashi
Para o marido velho
A jovem esposa
Que dorme até tarde.
kare no sei ware o nirameru takibi kana
O grandalhão
Me encara
Por trás da fogueira.
kumi oeshi fukai ni mutare haru oshimu
Após tirar a água
Me recosto sobre o poço --
Vai-se a primavera.
fukai kumu onna kawarishi chôcho kana
Mudou a moça
Que bombeia a água do poço --
Uma borboleta!
eri maki ya shimpu to sasou takushi hige
Cachecol no pescoço --
A barba de pioneiro
Compete com a do padre.
kyoshi mon ni mugaku dai ichi hi tori mushi
O aluno de Kyoshi entre ignorantes.
Primeiros insetos
Em volta da lâmpada.
shin areba bun wa mijikashi shûtôka
Se houver fé
Poucas palavras bastam.
Lume outonal.