Galope

O galope à beira-mar foi criado pelo repentista cearense José Pretinho. Conta-se que ele, após perder um duelo em martelo agalopado, foi retirar-se à beira-mar, e ali, vendo e ouvindo o marulho, imaginou o som de um galope. E fez os versos de onze sílabas (hendecassílabos), com a mesma estrutura de décima (estrofe de dez versos). Manteve o esquema rímico ABBAACCDDC usual no martelo agalopado.

Estrutura

O galope à beira-mar é formado por uma ou mais estrofe(s) de 10 versos hendecassílabos, com o ritmo de tônicas nas posições 2, 5, 8 e 11, ou seja, um iambo e 3 anapestos.

Uma exigência no galope à beira-mar é que o último verso sempre termine com a palavra "mar", no mínimo, sendo preferível terminar com "galope na beira do mar"

Versos hendecassílabos que têm o ritmo semelhante são considerados apenas versos com ritmo de galope à beira-mar, mas não identificados como o genuíno, pela falta dos requisitos exigidos, ou seja, estrofe com 10 versos, última palavra: "mar".

Exemplo

Cantor das coivaras queimando o horizonte,

das brancas raízes expostas à lua,

da pedra alvejada, da laje tão nua

guardando o silêncio da noite no monte.

Cantor do lamento da água da fonte

que desce ao açude e lá fica a teimar

com o sol e com o vento, até se finar

no último adejo da asa sedenta,

que busca salvar-se da morte e inventa

cantigas de adeuses na beira do mar.

(“Galope à beira-mar” – Luciano Maia)[1]

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Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 25/04/2012
Código do texto: T3632181
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