Tankas
Longe vai o dia-
Como ficam alongadas
as noites de inverno.
Lá se vão os pescadores.
Cada vez mais longe os peixes.
Janela do trem-
A aldeia ficou para trás
meu amor também.
Mas, duas coisas me seguem.
O perfume dela e a lua.
Cruzando o canal
segue lento o Ferry-boat-
Meu amor me espera.
Antes de a barca atracar
já estou nos braços dela.
Nesta noite fria
a neve se agarra aos galhos
e eu às cobertas.
Já o meu coração solito
se agarra à saudade dela.
Fim da tempestade-
A pipa presa no fio
agora despida.
Balança o seu esqueleto
sem o afeto da criança.
Amanhece o dia-
o gramado do jardim
igual meus cabelos.
A vila parece inóspita.
Geou nesta madrugada.
Ao me barbear
o espelho reflete um rosto
muito familiar.
Alguém que partiu há muito.
O rosto do meu pai.
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De José Alberto Lopes®