VERSOS PUDICOS
Lílian Maial
Se o meu corpo se esconde no vestido,
é por conta do pejo e da certeza,
de que, em mim, não me cabe a natureza,
e a nudez perderia o seu sentido.
No meu colo, esse verso adormecido
vem pousar noutro galho de leveza,
encantando os poetas de beleza,
nos cabelos de um negro abstraído.
A poesia me faz despudorada,
nas palavras me sinto tão amada,
que o desejo, de assalto, não me poupa.
Minha pele já pede outro terceto,
E a loucura eu encontro no soneto,
P’ra implorar que me arranques toda a roupa.
********
1º de maio de 2008
Lílian Maial
Se o meu corpo se esconde no vestido,
é por conta do pejo e da certeza,
de que, em mim, não me cabe a natureza,
e a nudez perderia o seu sentido.
No meu colo, esse verso adormecido
vem pousar noutro galho de leveza,
encantando os poetas de beleza,
nos cabelos de um negro abstraído.
A poesia me faz despudorada,
nas palavras me sinto tão amada,
que o desejo, de assalto, não me poupa.
Minha pele já pede outro terceto,
E a loucura eu encontro no soneto,
P’ra implorar que me arranques toda a roupa.
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1º de maio de 2008