Displicente loucura
Amarguradamente sem razão,
sou pobre louco, que namora a lua
e vê, no céu, em cada estrela, a tua
imagem reluzente de paixão.
E, louco, continuo apaixonado,
enfeitiçado pelo ser luzente,
e não te enxergo aqui, tão displicente
ao meu redor, não noto o teu chamado.
Louco que fui, amei a luz no céu,
cobri meus olhos com um imenso véu;
louco que fui, eu não te percebi.
Deixei morrer a luz no teu olhar
e, amargurado, quedo-me a pensar
na falta que, inocente, cometi.