GARIMPEIRO DO MAR
Tranqüilo estava o mar naquele doce instante;
suas águas lustrais a todos encantavam.
Parecendo um espelho,era bem fascinante,
sem jamais perceber os olhos que o fitavam
Mas Netuno,zangado,o fez apavorante,
mandando ondas hostis que a todos assustavam;
tomado de furor,fez-se logo gigante
aos que com destemor sempre o desafiavam.
Ao sentir que aumentava o volume das águas,
enchi-me de pesar e chorei muitas mágoas
ao ver o pescador,tão triste,a se queixar.
Sem nenhum alimento e inundado de espanto,
muitos brincos anéis eram o seu encanto.
Porém,jamais quis ser Garimpeiro do Mar!
(Soneto alexandrino)