Madrugada.

Lembro de nossa última madrugada,

Quando nos amamos com ansiedade,

Matando com carinhos a saudade,

naquela linda cama acetinada!

Você, a princípio acovardada!

Logo dominou-me a vontade.

Fez com fervor e habilidade,

Amando a mim e sendo amada.

No apicie do prazer, em pleno cio,

Dizemos coisas obsenas, apaixonadas,

Que me dão no corpo agora um arrepio.

Pena que agora não há mais nada.

Tenho apenas no cadre duro e frio,

A saudade, a solidão, na madrugada.