Ébano dos Palmares
Oh! Ébano de sombra maviosa,
fuste pupúreo, copa de cetim...
tuas raízes fundas não têm fim,
copulam terras tenras, tão viçosas.
Beijam-te ramas como fossem rosas,
brotam-te frutos, como a poesia
que o vento colhe enquanto a terra cia,
pra semear as mudas perfumosas.
Ébano, que tem alma e que fala
todas as línguas, e que não se cala
ao gume traiçoeiro do machado.
Guardarei o eco do teu tombo,
e no meu peito restará o rombo
de onde o teu caule foi tirado,