DESVIO
Perdido no horizonte criativo,
meu verso não responde ao meu chamado;
me deixa constrangido e abalado,
reforça a grande angústia em que eu já vivo.
São dores de um poeta abandonado,
que passa do letárgico ao passivo,
distante da beleza e do atrativo,
num mundo que percorre com enfado.
Enquanto persistir essa atitude,
a voz indiferente do meu estro
se faz do canto alheio, uma aliada.
Desvio a direção, porque não pude,
da minha inspiração, ser o maestro,
nas pautas dessa linha interditada.