Afrodisíaca
Do último traço de unha à cabeça -
Orelha, seio, braço, boca, perna -,
Nada me escapa dessa forma terna;
Não há parte que um beijo não mereça.
Queria eu, no escuro, ter lanterna
Para produzir sombra que amorteça
O luxo do teu corpo, e que aqueça
Meus dias sem ter-te, qual luz materna.
Olho-te: as ações me são tiradas;
Sinto-te: minhas mãos ficam coladas
Nesta mágica e ímpar formosura!
Tua pele fina é meu chocolate
Que devoro sem ousar o remate,
Já que teu sabor me leva à loucura!