SONETO DA RESSACA
Quando amamos verdadeiramente
Por mais maduros que sejamos
Tornamo-nos seres quase inocentes
E presas fáceis de indignos insanos.
Seres volúveis, sórdidos, levianos
Poderão abusar da nossa pureza d'alma
Fazer-nos simples joguetes lhanos
Bamboleando sobre suas palmas.
Mas o nosso consolo será saber
Que quem abusa de um inocente amante
Por mais insensibilidade que possa ter.
Não viverá impune nem por um instante
Posto que no íntimo do seu ser
Haverá uma cobrança eterna e incessante.