SONETO AO GREGÓRIO DE MATTOS

SONETO AO GREGÓRIO DE MATTOS
Jorge Linhaça

Ó , bom Gregório, como haveis pecado
Taxaram-te de sátiro e de louco:
Elevaram-te a mestre do Barroco.
Como a adaga , tinhas tu , dois lados.

Mas, digo-te Gregório , me agrado
Da coragem que tiveram uns poucos,
De desafiar aos ouvidos mocos
Contestando a gana dos abastados.

Das notas soltas do teu violão
De arame, que tu mesmo fizeste
Brotavam doces canções de paixão.

E, tu, à tantas mulatas tiveste,
A entregar-te corpo e coração
por conta de teu talento incontéste