A alma da embarcação
Para o Ramon
Barcos velejam sólidos safáris,
Torrentes de água e sal de ondas loquazes.
Do argumento azul, o infinito quase
Esquece a vastidão verde dos mares...
... das lagoas, das cachoeiras, dos vales...
Partem sonhos em brancas caravelas,
Naves de amor, pulmões a plenas velas,
Fluem da Antártida ao País de Gales...
Intermitentemente o seu tesouro
Aqui, ali – no sobe e desce plenos –
Nua, dentro, a renúncia dos acasos...
No estrépito aquático, o duradouro
Colhe marujos que possam, ao menos,
Verter-se em profundos avessos rasos...