Coisa Estranha

“Palavras são coisas em abstração”

A palavra presente na porta,

Que está morta e fechada no aviso,

É qual siso da arcada mais torta:

Vai da aorta a um dente indeciso.

Num sorriso um sentido se forma,

E conforma a cabeça que dança.

Que esta lança obedeça à reforma

Que transforma o dorido em criança.

Na esperança de ver sem retina,

Fui rapina cruel e perversa,

Sem conversa e sem mel por resina,

Na rotina de um ser que não versa.

Quem reversa o contexto da fala,

É o que cala o pretexto da lavra.