PRISIONEIRA


Estranha à palavra que sempre me ocupa
e me tira o sossego e me quer sua escrava,
procuro fugir, escapar dessa lupa
que expõe meus defeitos...Sequer eu sonhava

viesse a expressão que num verso se agrupa
com força manter-me em seu laço, qual trava,
levando-me tal um corcel, na garupa
de um mote, que segue ligeiro e se crava

em meu pensamento, sem dar-me saída.
Perdi meu poder, não sou dona de mim.
Prossigo sujeita à tarefa sem fim,

ao breve rascunho, à incumbência atrevida,
a achar que me cabe ser algo distinto
na escrita que eu amo, não nego e não minto.


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