JAMAIS TANTO ANTES
Lílian Maial



Jamais ousei além do que sabia
e nem chorei por mais que a dor doesse.
Teu ombro amigo, em horas de agonia,
foi meu abrigo antes que anoitecesse.


Jamais senti desgosto ao ver-te perto,
as mãos gentis, servis em meu caminho,
douraram sóis, num breu de céu aberto,
com versos livres, rimas de carinho.


E foste ouvido e abraço, foste pluma,
num derramar de sonhos feito espuma,
que lambe a areia, mas não a altera.


Deixa-me então tratar de tuas dores,
fazer-te a cura, e te ofertar mil-flores,
e ser teu cais, o colo que te espera.


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