Um cego apaixonado/sim
Longo tempo eu vivi apartado
Do bem, que a enormes males me conjurou,
Amor, com desesperos não deixou
Que fosse ledo um cego apaixonado!
Tal ando, é tão triste o meu estado
Que a frenética amargura em mim criou!
Não sei porque existo nem pra onde vou,
Se sempre pelo Amor fui maltratado!
Quando verei mudada a minha estrela
Sendo, finalmente, para meu bem?
Quando de Cibele verei o gesto delicado?
A mágoa eu choro senão a causa dela!
Para o mal d’Amor que remédio tem?
Remédio é não alimentar um vil cuidado.