Um cego apaixonado/sim

Longo tempo eu vivi apartado

Do bem, que a enormes males me conjurou,

Amor, com desesperos não deixou

Que fosse ledo um cego apaixonado!

Tal ando, é tão triste o meu estado

Que a frenética amargura em mim criou!

Não sei porque existo nem pra onde vou,

Se sempre pelo Amor fui maltratado!

Quando verei mudada a minha estrela

Sendo, finalmente, para meu bem?

Quando de Cibele verei o gesto delicado?

A mágoa eu choro senão a causa dela!

Para o mal d’Amor que remédio tem?

Remédio é não alimentar um vil cuidado.

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 26/04/2008
Reeditado em 26/11/2008
Código do texto: T962967
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