Não sou vil assim, de guardar mágoas
Não sou vil assim, de guardar mágoas
Nem me julgo - se tampouco me entendo -
Mas garanto-lhes que, mesmo sofrendo
Ergo a fronte, e faço de espelho as águas
Mesmo quando um amigo me indagas
(Se mesmo amigo) respondo, não contento:
''Sou assim, sempre fui, e continuarei sendo''
Mesmo quando em meu sangue o ódio vaga
Não sou puro, mas ergo a fronte e digo
Que já se foram incontáveis outros perigos
E ainda assim, mil outros ainda virão
Serei puro, afirmo, e vocês verão
Quando a alguns palmos abaixo do chão
"Aqui jaz, quem d'amor viveu/morreu" estiver escrito.