CIRANDA

Ao longe uma ciranda e a grande roda,
perdida em seu girar me atrai ao centro.
Tocando a que escolheu a mão denoda
alguma em cujo rosto eu me concentro.

Às vezes vai girando devagar,
em cantos tão suaves, pueris,
porém não deixa nunca de ir ao ar
um brado mais agudo, algo que eu quis,

nas celas de minh’alma, por recato
e zelo conservar na retaguarda.
Na dança das palavras, quem me dera

eu sempre, nos novelos que desato,
achasse, no sentido que me aguarda,
o brilho puro e a cor da primavera!


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