SE TEUS PÉS

Quando piso esta rua vivo a expectativa

de que teu riso volte a iluminar a tarde,

a mesma tarde quente que sustenta viva

essa ilusão de amor que no meu peito arde.

Eu cobro o riso lindo que, em convulso alarde,

minha esperança foi de amor, e fez cativa

minha alma amargurada e, em sua ingenuidade,

falsa depositária de vontade esquiva.

Ah, se teus pés quisessem de novo pisar

as pedras dessa rua que foi testemunha

do desencanto meu, da dor e do chorar.

Mais uma vez, então, em teu colo depunha

todo querer no peito meu a sufocar,

exterminando a mágoa que me acabrunha.

Edmilson da Silva
Enviado por Edmilson da Silva em 24/04/2008
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