Ao Pé da Morte

Ouvi do vento avisos aviltantes,

Dos sussurros os sustos sustentei.

Ao pé da morte medram vãs instantes,

E, dos instantes, medra a nova lei...

Senti no cerne senhas saltitantes,

Estranhas reentranhas que entronei.

Soa o sino o soar – sons dissonantes.

Grita o cego: - O caolho é nosso Rei!...

“A mão que dá é a mesma que retira”,

“Rio que passa nunca mais retorna”,

E, “Pestaneja quem ama a mentira”...

Ao pé da morte bastam os avisos,

A vida quente – esfria após ser morna.

Tem mais tristezas - que doces sorrisos...

Gigio Jr (Poemas da Meia Idade – 2005)

GigioJr
Enviado por GigioJr em 22/04/2008
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T956745
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