Soneto da Messe

Doces sonhos tão intimamente anelados

Sonha a humanidade, e quão cruel é o dia

Que lhe nega a esperança, que dor sombria

Ante a luz tão parca em êxtases sagrados.

Tem meu destino se composto de mil cuidados

Ousadia no amor, sorte no jogo, e a erradia

Flama não alberga tudo o que a voz alicia

Em termos de volúpias e de achados.

Hoje sinto de amor a esperança repleta

E de igual enleio repleta a vasta esfera

Prodígios incessantes gera o ventre da terra!

Trocava por amor a hora mais seleta

Da solidão a paz, o albergue soberbo

Do verso belo onde consolos bebo.