MEMÓRIAS PERDIDAS

Quase imóvel como se fosse amarrada,

Em sua cadeira de balanço encolhida,

Acaricia a boneca sem nome e rasgada.

Não importa. Quem é, ela está esquecida.

Não sofre, nem saudade sente de alguém,

Pois há tempo, não reconhece ninguém.

Sua visão turva está parada no além,

Seu jeito não muda, balança, vai e vem.

Da bela existência, restou quase nada,

Lembrança borrada, depois apagada,

Nem sabe que um dia, também foi amada.

De quantas memórias é feita uma vida,

Mesmo que foi intensamente vivida,

Quando essa história já foi esquecida?