Soneto da Covardia
O que dizer de mim se ando perdido
Mergulhado no mar da solidão
E meus desejos, todos, hoje são,
Escombros de castelos implodidos?
Falar de amores não correspondidos?
Quem há de ouvir lamúria sem razão
Se eu tenho o mundo todo em minha mão
E meu clamor não passa de um gemido?
Tenho o pleno domínio do universo
Nas asas consistentes de meus versos
E nada sei de mim, nem do que sinto...
Só sei que grito ao mundo versos tantos
De amores, ilusões, sorrisos, prantos,
Mas ao falar de mim, apenas minto!...