Soneto da Covardia

O que dizer de mim se ando perdido

Mergulhado no mar da solidão

E meus desejos, todos, hoje são,

Escombros de castelos implodidos?

Falar de amores não correspondidos?

Quem há de ouvir lamúria sem razão

Se eu tenho o mundo todo em minha mão

E meu clamor não passa de um gemido?

Tenho o pleno domínio do universo

Nas asas consistentes de meus versos

E nada sei de mim, nem do que sinto...

Só sei que grito ao mundo versos tantos

De amores, ilusões, sorrisos, prantos,

Mas ao falar de mim, apenas minto!...

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 13/04/2008
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