O duro Amor/sim

Aqui chorando estou a pena minha,

Com que o duro Amor sempre retratei,

E no rude desengano que passei

Pude ver que Amor nenhum, me convinha.

Reprimido pelas mágoas que chorei,

Lamentei o mal, que por certo vinha;

Se uma hora, esperança alguma tinha,

Fora em vão que tudo, enfim, deixei.

Longo tempo vivi apartado,

Cuja mudança me pôs em desvario:

Feri-me a culpa, falta-me o alento.

O semblante tenho já infortunado,

Que o choro triste se transforma em rio

E minha alma, enfim, se desfaz em vento!

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 10/04/2008
Reeditado em 26/11/2008
Código do texto: T939895
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