Do cupido...
Brincando certo dia o cupido
Atirou para o ar a sua seta
Esperou com um sorriso atrevido
Que o alvo fosse a alma dum poeta.
No momento o poeta estremeceu
Sentiu dentro do peito estranha dor
Algum tempo mais tarde ele entendeu
O mal de que sofria era de amor.
Sorrindo o cupido distraído
Sentado numa nuvem, sem ruído
Ouvia do poeta tristes versos.
Quem passa pela serra hoje em dia
Ouve na voz do vento a poesia
Num eco de poemas já dispersos!