Boi de coice
Lá vão os bois, levando a cana fina,
a cana dura que cresceu na chã;
o carro geme no sol da manhã,
gritando ao mundo a sua dura sina.
Os bois de coice levam todo o peso,
os de cambão ajudam a puxar
o carro gemedor, bem devagar,
que ao seu pescoço se mantém bem preso.
A canga pesa, lhe dói a macaca,
o seu parceiro ao lado sofre mudo
e marca o passo no seu caminhar,
mas não demora muito e logo estaca.
Arreia os quartos num arfar agudo
e, sem gemer, encerra o seu penar.