A dor da solidão
Palácio de degredo e de procela
A dor da solidão fere o azul
Firmamento e o gosto prenhe de sul
Que os sensuais corcéis desatrela.
É a magoa de ausente que descabela,
É um vulcão em hibernal friúl,
Um masturbante doente de paúl
Que alucina e em mortes reverbera.
Roeis o crânio em vácuo fundo, atroz
Impões o ardor ao nada mais feroz,
Compões de nada o coração sombrio,
E entre as esperanças sentís frio,
Sonhais em casto leito amor algoz
Chorais sem que ninguém escute a voz.