Capitu

Pobre de ti, fêmea-fatali atemporal!
Teu homem, arremedo de coisa nenhuma,
foi na tua vida um fantasma perenal:
mata, em tua praia, tão efêmera espuma...

Abre teus olhos de ressaca divinal,
jamais deves temer a dor que se avoluma,
tampouco aceita dessa vida ser jogral,
pois da arte és a doce flor que me perfuma...

Por que teu mote há de ser a traição,
se em ti vive a mulher que salva o seu senhor?
Condenada por um delírio de paixão,

junto ao filho, mercê de um casmurro credor.
Nasceste livre, és, hoje, exílio e solidão...
Não seja bento, ou louco, ou pífio, o novo amor