Maré do Desejo Amoroso
Toda uma floração de sensuais alardes
Pelos hinos, pelos poros da tua carne canta
A volúpia, que de ecos erradios se encanta
Tece em teu seio de mel líricos acordes.
Pompas de lua tesa, pela qual tu ardes
Peregrinos gestos de abandono que levanta
A prece acesa do falo, que em si decanta
Uma orgíaca aurora de amorosos lordes.
É a carne que em nós ri e que embrutece
O vasto mar da harmonia, louca prece
Se une aos idílicos acenos da tesa maré.
Vida, que unge, fere, agracia e é
Uma contínua renovação do fatal desejo
E uma retração mortal após, dá-me teu beijo.