Soneto da Perda
Sutil e lenta, amarga e constante
Engano achar que só se perde o que têm
Tristeza perceber que só se perde
O que nunca se teve.
Ás vezes sua chegada não é esperada
Outros á sua espera, não a vê chegar
Não posso crer que voltarás...
Cansado de perder, jurei jamais permiti-la
O costume deixa que se escorra pelas mãos
Até mesmo o mel.
Lutarei até o fim, mas não,
Não a minha volta ela rondarás.
Percorrerei o mais longo e acidentado caminho
Pra que eu desfaleça sem ver o seu final.