Tudo e Nada...
O tudo antes era presente e agora passado se faz
O nada jamais estaria aqui se presente futuro não se fizesse
São como metades distribuídas em partes iguais
Sobram-se migalhas de tudo que agora e nada...
Nessa disforme melancolia que já completa o nada
Formou-se a simbiose perfeita do tudo que agora se acaba
Como retalhos da colcha da vida em branco e preto acinzentado
Com o tudo travestido do nada e o nada que era quase tudo
São quebrados em dois, onde frias madrugadas se encontram
E meu peito acordado de tudo mas agora cheio de nada
E minha alma em sintonia disforme com sua chegada...
Uma despedida sem lagrimas retidas pelo sabor do tudo
Um viajante sem caminho a sós com o nada
E prosa sem rumo, de um amor que era tudo e acabara quase nada...