Um sonho e só
Às vezes, quando o sábio é o mais tolo,
Posso ver-te no espelho do passado;
Posso ter-te para sempre ao meu lado;
E, de novo, ter cimento e tijolo.
Cabe a mim aceitar isso calado
E ver que isso não é nenhum consolo;
Crer que o homem definha frente ao dolo,
Mas, sem ele, impossível ser notado.
Errar justifica qualquer acerto!
Nos sonhos, eu produzo meu concerto
Com as notas do teu corpo ausente!
Ingenuidade de quem te viu
E, depois, deu as costas e sumiu
Ao notar o próprio olhar inocente.