FUNERAL

Secou-se aquela   fonte que jorrava
Amor, inspiração e alegria
A alma por vontade foi escrava
E sofre agora o que não deveria...

Assim a ilusão deteriorava
O fruto da esperança dia-a-dia
E a flor que o coração iluminava
Exala agora a melancolia...

O coração, enfim, petrificou-se
No fruto um mofo amargo - onde o doce?
A poesia torna-se concreta...

A pôs-se o sol - a vida é um iceberg
E triste assim - pois nada mais o ergue -,
Nessa agonia, morre um poeta!...

31/03/08
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 31/03/2008
Código do texto: T925571
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